quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Brasil continua a surpreender-nos

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O Brasil não pára de nos surpreender com escândalos políticos, como revela a generalidade da imprensa brasileira. Depois de ter sido afastada a Presidente Dilma Rousseff, apenas por suspeitas de ter manipulado as contas do Orçamento de 2014 e não por estar acusada de qualquer crime, era de esperar um governo de gente séria e sem mancha de pecado.
Porém, apenas onze dias depois da tomada de posse do governo de Michel Temer, assistimos à demissão de Romero Jucá, o importante ministro do Planeamento, depois da divulgação de gravações em que surge a conspirar para obstruir a maior investigação de corrupção da história do Brasil, o Lava Jato, que investiga crimes de desvio e lavagem de dinheiro através da petrolífera estatal Petrobras, por dezenas de empresários e políticos de todos os partidos com assento parlamentar. Tal como Michel Temer, também Romero Jucá faz parte do PMDB, tendo ambos sido dos principais activistas do processo de destituição de Dilma Rousseff, mas começa a ficar mais claro que o seu afastamento da Presidência do Brasil não resultou da eventual manipulação orçamental que é coisa bem comum por toda a parte – antecipar receitas, adiar despesas, alterar classificações de rubricas. Parece cada vez mais evidente que a destituição de Dilma Rousseff pretendia impedir o avanço da investigação de corrupção em que muitos políticos brasileiros estão implicados, a começar naturalmente por aqueles que tomaram o poder. Os brasileiros saberão resolver o seu problema, mas nestes casos costuma ir-se para a solução mais democrática de todas: dar a palavra ao povo e fazer eleições.

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