sexta-feira, 1 de julho de 2016

Só há vitórias com bons guarda-redes

A equipa portuguesa de futebol cometeu ontem um feito notável ao apurar-se para as meias finais do Europeu de 2016, ou seja, é uma das quatro melhores equipas de futebol da Europa. Fartos de austeridades, de humilhações e de ameaças, os portugueses bem mereciam a alegria que a televisão ontem lhes ofereceu em directo. Na cidade de Paris e em outras cidades francesas, também os portugueses viveram um raro momento de orgulho ao verem a Torre Eiffel e muitas praças iluminadas de verde e vermelho. Ao mesmo tempo, muitos estrangeiros que costumam desvalorizar o nosso país, tiveram que engolir o sucesso lusitano.
O futebol tornou-se um fenómeno político e social de importância global e, muitas vezes, desperta mais interesse do que a política, a economia ou a cultura. É no futebol que se concentram as grandes emoções nacionais e internacionais, que se defrontam todas as rivalidades e que se molda a imagem dos povos. Por isso, o jogo entre Portugal e a Polónia foi noticiado pela generalidade da imprensa internacional, sendo ilustrada com as fotografias dos abraços felizes dos jogadores a festejar a vitória obtida no desempate por penalties, depois de um empate que durou 120 minutos. Naturalmente, a imprensa portuguesa também dedicou as suas manchetes ao futebol, mas enquanto a chamada imprensa desportiva se concentrou nos Ronaldos, nos Quaresmas, nos Pepes e nos Sanches, que não deixa de endeusar diariamente, a imprensa generalista atribuiu ao guarda-redes Rui Patrício o maior mérito pela vitória sobre os polacos, pois foi ele que, num memorável voo, adivinhou a direcção da bola e conseguiu defender o penalti marcado por um tal Kuba. A imprensa costuma ignorar o mérito dos guarda-redes mas o Jornal de Notícias, o Público e até o correio da manha, trouxeram Rui Patrício para as suas primeiras páginas.

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