sábado, 20 de agosto de 2016

Rio 2016: um breve e antecipado balanço

Os Jogos Olímpicos terminam amanhã e o grande vencedor foi o Brasil porque apresentou uma organização que à distância pareceu impecável, calando todos os que, interna ou externamente, duvidavam das suas capacidades para os realizar. O cenário natural da cidade do Rio de Janeiro e da baía de Guanabara, o entusiasmo do público e a qualidade das transmissões televisivas passaram para o exterior uma imagem positiva que prestigia o Brasil e os brasileiros, acentuando o seu estatuto de potência emergente, apesar dos inúmeros problemas políticos e sociais com que se defronta e das facturas que vão aparecer para pagar todo o fabuloso espectáculo que têm sido os Jogos Olímpicos.
No plano desportivo o destaque foi para os Estados Unidos e, surpreendentemente, para a Grã-Bretanha que ganhou mais de seis dezenas de medalhas, mas também para os atletas de mais de oitenta países que conquistaram medalhas olímpicas, a demonstrar que o desporto e o discutível ideal olímpico do nosso tempo também entraram na era da globalização.
Portugal deixa o Rio de Janeiro apenas com uma medalha de bronze conquistada por Telma Monteiro, o que é muito pouco para as expectativas criadas e alimentadas por uma comunicação social irresponsável que, objectivamente, pressionou demasiado os atletas com a “exigência” de ganharem medalhas, o que lhes diminuiu a resistência psicológica necessária nestas circunstâncias. Desde 1912, em 24 participações olímpicas conseguimos apenas 24 medalhas e, por isso, os resultados no Rio de Janeiro até estão de acordo com a tradição portuguesa e com a média nacional de ganhar apenas uma medalha por Olimpíada. Porém, sabendo que os nossos atletas competiram com os melhores do mundo, temos que concluir que a sua prestação foi globalmente satisfatória, com várias classificações entre os dez melhores do mundo, designadamente na canoagem, no judo, no ciclismo, no futebol, no ténis de mesa, no hipismo, no atletismo, no triatlo e nas corridas de marcha. Podiam ter ganho medalhas e estiveram perto disso, mas ficaram-se pelos diplomas olímpicos. Soube a pouco, mas o facto é que os nossos atletas não nos envergonharam. Por isso, os 92 atletas que nos representaram no Rio de Janeiro em 16 modalidades merecem o nosso aplauso pelo seu esforço e dedicação, mas também o nosso incentivo para que continuem a lutar por melhores resultados no futuro.

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