domingo, 11 de setembro de 2016

O novo interesse de Macau pelo português

O governo de Macau, ou com mais rigor, o governo da Região Administrativa Especial de Macau, dirigido desde 2009 por Fernando Chui Sai On, anunciou que a partir do ano lectivo que agora se inicia, a língua portuguesa passa a ser um “projecto com prioridade de apoio”, nos termos enunciados no Plano Quinquenal que agora foi divulgado. Assim, deverá ser definido um número mínimo de horas para a aprendizagem, quer nas escolas particulares, quer no ensino regular, de forma a assegurar rapidamente uma “maior generalização da língua portuguesa”. Nesse sentido, as autoridades de Macau pretendem alargar a cooperação com Portugal e criar condições para que os estudantes macaenses possam prosseguir estudos superiores em Portugal, o que também significa a necessidade de aumentar o número de bolsas especiais do Fundo de Acção Social Escolar para apoiar os estudantes dos cursos de português e de tradução de chinês e português. A notícia é do jornal Tribuna de Macau e, naturalmente, agrada aos defensores da língua portuguesa.
Porém, o apoio à aprendizagem de línguas não se restringe ao português, pois o Plano Quinquenal aponta para que os estudantes macaenses falem quatro línguas e escrevam três – português, inglês e mandarim.
Decorridos quase cinco séculos de contactos e de presença na península de Macau, a língua portuguesa nunca se impôs como língua franca e, como se costuma dizer, “ninguém fala português em Macau”. Pode ser que esta política do governo de Macau melhore uma situação que as autoridades portuguesas que administraram o território até 1999, nunca quiseram ou puderam resolver. 

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