terça-feira, 18 de outubro de 2016

A estabilidade democrática açoriana

As eleições para escolher os 57 deputados que vão integrar a Assembleia Regional dos Açores realizaram no domingo e tudo decorreu com total normalidade democrática, embora tivesse havido uma abstenção de quase 60%, isto é, houve 134.971 eleitores inscritos que se abstiveram.
Embora a abstenção açoriana seja habitualmente superior a 50%, nestas eleições subiu consideravelmente. Há muitas explicações para esta abstenção: cadernos eleitorais desactualizados, falta de incentivo depois de quatro vitórias consecutivas do Partido Socialista e da sua boa governação e o elevado número de eleitores inscritos que não são residentes na região e que não se deslocaram dos Estados Unidos, do Canadá ou do Continente para votar. O facto é que numa região de grande estabilidade e maturidade políticas, o nível de participação se situa muito aquém do desejável.
O Partido Socialista renovou a sua maioria absoluta como destacou o Açoriano Oriental, o jornal que se publica em Ponta Delgada e que é mais antigo jornal português, ao conseguiu eleger 30 deputados, enquanto o PSD se ficou pelos 19, seguindo-se o CDS-PP com quatro, o BE com dois, o PCP com um deputado e o PPM também com um deputado. Em relação às anteriores eleições de 2012, o PS e o PSD perderam um deputado cada um, enquanto o CDS-PP e o BE ganharam um deputado cada. O PCP e o PPM mantêm um deputado cada.
Como sempre acontece, nenhum partido se declarou derrotado e cada qual veio afirmar-se mais fortalecido com os resultados alcançados e mais confiante no futuro. Neste tipo de eleições há sempre quem queira extrapolar os resultados para o plano nacional, mas isso não tem qualquer sentido, pois os resultados estão mais associados à notoriedade local dos candidatos do que aos programas partidários. Foi exactamente por isso que na ilha do Corvo, a mais pequena da região, foi reeleito um deputado do “inexistente” PPM com 82 dos 248 votos expressos, isto é, com 32,03% dos votos.

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