terça-feira, 18 de outubro de 2016

Mossul: a batalha como nunca aconteceu

No passado domingo o Primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi anunciou o início de importantes operações militares visando a recaptura da cidade de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que tinha sido ocupada pelo Daesh no início de 2014. Foi exactamente em Mossul que Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do Daesh, declarou em Junho de 2014 o estabelecimento de um califado.
Mossul tem, por isso, um valor simbólico e estratégico para o Daesh, pois transformou a cidade num santuário experimental do seu radicalismo, onde impõe a sua brutalidade e a sua tirania através de inúmeras e bárbaras execuções públicas de elementos da população ou até dos seus combatentes, uns acusados de colaboracionismo com os “infiéis” e outros de falta de combatividade ou de tentativa de deserção. Mossul tornou-se um centro de terror e, por isso, é um desafio para o Iraque e para os seus aliados. Daí esta grande ofensiva que também foi anunciada e é patrocinada por Barack Obama.
Segundo refere a imprensa internacional, designadamente o diário inglês The Independent, as forças iraquianas têm avançado pelo sul com o apoio aéreo americano e de forças especiais americanas, inglesas e francesas, enquanto as forças curdas, conhecidas por peshmerga, avançam por leste em direcção à cidade, que se supõe dispor de cerca de cinco mil combatentes jihadistas. Embora estejam anunciados progressos das forças que convergem para Mossul, teme-se que a cidade esteja minada, que estejam montadas muitas armadilhas e que a população possa ser utilizada como escudo humano, o que irá dificultar e demorar a recaptura da cidade. Por isso, há grandes preocupações humanitárias em relação ao milhão e meio de habitantes da cidade. O que parece não haver dúvidas é que a batalha por Mossul vai ser uma operação ou uma batalha como nunca aconteceu.

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