quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A dramática situação da guerra em Alepo

No contexto da guerra civil que se trava na Síria, a cidade de Alepo – que foi a segunda maior cidade síria e a sua capital económica – tem sido palco de uma batalha muito violenta entre os apoiantes e os opositores de Bashar al- Assad. Os confrontos começaram em 19 de Julho de 2012 e a cidade rapidamente ficou sob o domínio das forças da oposição, também designadas por "rebeldes". A situação manteve-se com avanços e recuos das duas partes até que, no passado Verão, as forças governamentais apoiadas pelos seus aliados russos, iranianos e pelos combatentes da milícia libanesa do Hezbollah, iniciaram uma operação em larga escala para recuperarem Alepo, que a imprensa internacional tem relatado através de dolorosas imagens. Porém, as notícias das últimas horas, nomeadamente do diário libanês L’Orient-Le Jour, confirmam que as forças governamentais sírias têm conseguido grandes avanços e já controlam cerca de dois terços do leste de Aleppo, a parte que outrora esteve nas mãos dos rebeldes, incluindo a Cidade Velha que é classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, enquanto prossegue a sua ofensiva para recuperar toda a zona oriental da cidade. Muitos milhares de sírios têm conseguido fugir da cidade, mas muitos mais continuam sujeitos aos bombardeamentos efectuados por ambas as partes. A situação no terreno é catastrófica e os rebeldes estão totalmente cercados, pelo que a luta se vai acentuar e afectar ainda mais a população civil encurralada na cidade onde a destruição é total. Uma catástrofe humanitária está à vista e os rebeldes estão em vias de ser esmagados.
Nesta emergência, as Nações Unidas apresentaram um plano para uma trégua de sete dias por razões humanitárias que foi rejeitado pela Rússia e pela China, com o argumento que ela apenas serviria para que os rebeldes se reagrupassem. Depois, foram os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, a França, a Itália e o Reino Unido que hoje pediram um cessar-fogo imediato perante a eminência de uma catástrofe humanitária em Alepo, exortando a Rússia e o Irão a utilizarem a sua influência sobre a Síria para travarem a sua ofensiva. No meio desta catástrofe, é caso para perguntar quem entusiasmou, financiou e armou as forças da oposição síria e as levou para esta eminente derrota, pedindo agora um cessar-fogo imediato.

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