sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O regresso do feriado da Restauração

Rua 1º de Dezembro, 107, em Lisboa (Restaurante Leão d'Ouro)
Quando no dia 21 de Junho de 2011 tomou posse o XIX Governo Constitucional de Passos Coelho e de que faziam parte Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque e Assunção Cristas, entre outras figuras que por aí andam, decidiu adoptar um programa de austeridade que ia para além da troika.
Os nossos rendimentos foram reduzidos e a incerteza quanto ao futuro passou a pairar sobre as nossas vidas. Todos nos lembramos do que foi subserviência às missões da troika que nos visitava e a arrogância de Bruxelas que tudo fazia para nos humilhar. Numa afirmação de servilismo gratuito a interesses diversos e de ignorância cívica, em 2012 esse governo de Passos, Portas, Albuquerque e Cristas decidiu acabar com quatro feriados, incluindo o 1º de Dezembro de 1640, o dia da Restauração da nossa independência. Uma medida incompreensível e sem qualquer sentido, mas que o homem de Boliqueime apoiou.
Porém os tempos mudaram e, por iniciativa do XXI Governo Constitucional, a Assembleia da República decidiu repor os feriados suspensos por Passos, Portas, Albuquerque e Cristas.
Ontem, o Presidente da República e o Primeiro-ministro estiveram em Lisboa nas cerimónias da comemoração oficial do Dia da Restauração da Independência, dando um bom exemplo ao país que tem orgulho na sua História. Os seus discursos foram eloquentes. António Costa afirmou que "houve quem menosprezasse a importância desta data maior na história da nossa pátria" e Marcelo Rebelo de Sousa acentuou que "este feriado nunca deveria ter sido suspenso", assumindo ambos uma crítica directa ao governo de Passos Coelho, que tinha suprimido esse feriado em 2012.
Passos Coelho, que continua a ser um “patriota de bandeirinha na lapela”, tal como o seu partido, não aceitaram o convite para participar na cerimónia. Engoliram o sapo e até mostraram algum pudor. Porém, num exercício de absoluta falta de vergonha e mostrando que para ela vale tudo, pudemos ver Assunção Cristas que votara a supressão do feriado, a aplaudir agora a sua reposição. E, com espanto, todos vimos isso em directo pela televisão. Ela quer falar de tudo e estar em todo o lado. Diz uma coisa e o seu contrário. É uma personagem medíocre. Não vai longe.

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