domingo, 22 de janeiro de 2017

America first? Vamos esperar para ver...

Donald Trump tomou posse como 45º Presidente dos Estados Unidos numa cerimónia com muita pompa, mas sem o entusiasmo popular que era habitual nestas ocasiões, como revelaram as fotografias comparativas que foram publicadas. O seu discurso foi triste, preocupante e desencorajador. Não falou de união, nem de unidade. Não falou de democracia, nem de direitos humanos. Não falou de história, nem de cultura. Não falou de pobreza, nem de desigualdade. Falou de prosperidade e força. Ameaçou muita gente e muitos interesses instalados. Falou contra muita gente no interior e no exterior da América e isso vai criar-lhe dificuldades. Limitou-se a repetir os chavões populistas da campanha eleitoral e, especialmente, o “América first”, prometendo que a América vai voltar a ser grande, que vai criar empregos e que vai trazer de volta a riqueza. A sua regra parece ser simples e basear-se numa ideia: comprar americano, contratar americano.
Domina o isolacionismo e o novo-riquismo. Provavelmente, até porque não tem experiência política, Donald Trump desconhece a realidade do mundo globalizado e interdependente em que vivemos e pensa que a construção de um muro pode resolver muitos dos problemas dos Estados Unidos. É bem possível que em vez da prosperidade prometida esteja a criar um ambiente interno irrespirável de medo e de insegurança.
Os americanos reagiram ao discurso de Trump que, é bom recordar, não teve a maioria dos seus votos. Por isso vieram para a rua protestar como já não faziam desde os tempos da guerra do Vietname e alguns jornais escreveram que nunca se tinha visto tão grande protesto. O influente The Washington Post destacou a enorme multidão que na capital federal marchou contra Trump e, também, deu voz ao protesto. Aparentemente, o que se passou nas ruas das cidades americanas não foi um protesto pontual. Foi mais do que isso. Não sou futurologista e, por isso, só mais tarde verei o que vai acontecer.

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