quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Lisboa e o comovido adeus a Mário Soares

No dia em que a mais prestigiada imprensa internacional dedicou largos espaços ao fim do mandato de Barack Obama e à próxima investidura de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos da América, o mais internacional jornal espanhol decidiu utilizar a sua primeira página para prestar homenagem a Mário Soares.
Assim, na sua edição de ontem o diário El Pais publicou na sua primeira página uma expressiva fotografia a quatro colunas das cerimónias fúnebres realizadas no Mosteiro dos Jerónimos, às quais assistiram vários dirigentes políticos mundiais, incluindo o Rei Filipe VI de Espanha e o Presidente Michel Temer do Brasil.
Porém, durante os três dias de luto nacional, o maior e mais genuíno tributo a Mário Soares foi prestado pelo povo anónimo de Lisboa, que esteve presente em todas as cerimónias realizadas e se comoveu com a perda do homem que se tornou o símbolo da coragem política e da luta pela liberdade. O cortejo fúnebre que transportou Mário Soares até ao Cemitério dos Prazeres foi imponente e solene, mas foi também uma comovida e sincera homenagem que lhe foi prestada, sobretudo quando passou pelo Largo do Rato, onde uma pequena multidão voltou a gritar “Soares é fixe”.
As televisões dedicaram grande parte da sua programação ao legado político de Mário Soares, enquanto um sem número de mal preparados praticantes de jornalismo se esforçou por lhe dar conteúdo. A generalidade dos políticos, com maior ou menor sinceridade, não deixou de acompanhar Mário Soares e de lhe prestar a sua homenagem.
Depois de três dias, as cortinas fecharam-se. Nos tempos que hão de vir, a voz e militância de Mário Soares vão fazer falta à Democracia em Portugal.

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