sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O custo dos combustíveis e a demagogia

Uma das principais fontes da receita pública são os impostos indirectos e, de entre estes, os impostos sobre os combustíveis que constituem sempre uma substancial parcela do orçamento do Estado. Do preço pago pelos consumidores nas bombas de abastecimento, cerca de metade reverte directamente para o Estado. É assim por toda a parte e, no início do ano, começa o folhetim dos aumentos dos combustíveis para assegurar as receitas de que o Estado carece.
Embora o assunto já não seja notícia, ainda há jornais que o destacam. Assim sucede hoje com o jornal francês L’Est éclair que se publica na cidade de Troyes, ao destacar na sua primeira página a subida do preço dos combustíveis. Aqui perto, também vários jornais espanhóis tratam desse assunto e, por exemplo, La Voz de Galícia destaca que “las gasolinas cuestam a los gallegos um 23% más que hace um año”.
Aqui em Portugal somos originais e nem os jornais nem os jornalistas trataram este assunto. Vai daí, a jovem presidente centrista de nome Cristas decidiu encenar um número e foi abastecer o seu carro com 20 euros de combustível. Chamou os seus amigos da TVI que servilmente alinharam naquela cena... e desancou no governo. Um caso de pura demagogia de quem politicamente pouco vale e que quer ganhar notoriedade. A orquestrada cena foi ridícula, até porque a jovem Cristas fez parte do governo de Passos-Portas, que foi humilhado pela Europa, que empobreceu o país e que foi mais longe do que a sinistra troika.
A jovem Cristas poderia ter abastecido a sua viatura na bomba de abastecimento do pai, que é revendedor de combustíveis, como provavelmente costuma fazer, mas escolheu outro cenário que lhe pareceu mais favorável. Do que não restam dúvidas é que os filhos dos revendedores de combustíveis gostam da política, sejam eles nascidos em Boliqueime ou em Luanda.

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