terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Recomeçou uma dura luta por Mossul

Depois de uma pausa de algumas semanas, por certo devida ao inverno e à tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos, as forças iraquianas apoiadas por milícias iraquianas, por forças curdas e, ainda, por militares americanos, ingleses e turcos, retomaram a ofensiva sobre Mossul, que fora iniciada há quatro meses. “A reconquista de Mossul começou”, escreveu o jornal inglês The Independent, mas também vários jornais americanos.
A parte oriental da cidade já foi recuperada no mês passado, mas a batalha pela sua parte ocidental afigura-se mais difícil porque, tal como aconteceu em Allepo, também em Mossul predominam as ruas estreitas por onde não podem entrar os carros de combate e onde viverão cerca de 650 mil civis. Assim, as acções aéreas dos russos e sírios sobre Allepo que tanto foram criticadas, podem agora repetir-se em Mossul por parte da aviação aliada. A História mostra que a reconquista de uma cidade pode demorar muitos meses e a reconquista de Mossul pode demorar muito tempo, mas o facto é que Donald Trump prometeu vitórias sobre o Daesh e quer resultados rápidos.
Entretanto, a cidade síria de Deir Ezzor, que fica situada a cerca de 340 milhas para oeste de Mossul e é defendida pelo regime sírio, está cercada desde há muito tempo pelo Daesh, sendo os seus 90 mil habitantes abastecidos por helicópteros. Nessas condições, uma derrota do Daesh em Mossul poderá fazer com que as suas forças se desloquem para Deir Ezzor para reforçar o cerco àquela cidade.
Significa, portanto, que a derrota do Daesh em Mossul pode representar o seu reforço em Deir Ezzor e que, como sucede em quase todas as guerras, a solução deste complexo e trágico conflito passa por entendimentos entre aqueles que têm forças no terreno e, em especial, entre americanos e russos.

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