segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

São os jornais e jornalistas que temos...

O fenómeno do futebol é no nosso país, por mérito absoluto, por moda ou porque dá de comer a muita gente, uma actividade que tomou conta da comunicação social e que ocupa um destacado lugar na informação portuguesa. Nenhuma outra actividade tem a cobertura que a imprensa dá ao futebol, que é tratado como uma coisa mais importante do que a política, a economia, a cultura e as artes, a ciência e a tecnologia ou a vida internacional. Os jornais gastam páginas e as televisões consomem horas a tratar da vida dos jogadores, dos treinadores, dos árbitros e dos dirigentes, das transferências e dos penaltis, dos foras de jogo e dos cartões. O futebol tornou-se uma coisa doentia, não pelo que se passa sobre os relvados, mas pela forma cega e obsessiva como é tratado por muitos jornais e jornalistas. É pena que assim seja, mas é.
Ontem dois portugueses brilharam no panorama desportivo internacional. O treinador José Mourinho levou a sua equipa do Manchester United a vencer a Taça da Liga inglesa e o ciclista Rui Costa venceu a Volta ao Abu Dhabi, derrotando os grandes nomes do ciclismo mundial. Os jornais generalistas portugueses entenderam que o assunto não era importante e os jornais desportivos deram-lhe um pequeno canto das suas primeiras páginas, ocupadas pelas fotografias do Jonas, do Mitroglou e do Soares ou pelos discursos dos candidatos à presidência do Sporting. Assim aconteceu com a edição de hoje de A Bola.
Estes Mourinhos e estes Costas fazem muito pela nossa auto-estima e é lamentável que os jornais portugueses quase os ignorem.

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