sexta-feira, 3 de março de 2017

Palmyra foi novamente libertada da jihad

As agências internacionais noticiaram que as tropas sírias recuperaram a cidade de Palmyra, cuja história moderna começa a ser tão interessante quanto a sua história antiga. A sua localização no centro da Síria e a meio caminho entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates tornaram-na um ponto de passagem das rotas comerciais da Antiguidade e das caravanas, o que gerou muita riqueza e possibilitou a construção de monumentais estruturas durante os dois primeiros séculos da nossa era, que a UNESCO reconheceu em 1980 como património da Humanidade.
A cidade de Palmyra foi ocupada pelo ISIS em Maio de 2015 e uma parte do seu património arqueológico foi então destruído, como mostraram as imagens televisivas da época. Em Março de 2016 as forças sírias retomaram a cidade por razões estratégicas e de prestígio, mas em Dezembro o ISIS conseguiu recuperar o seu domínio. Porém, no dia 13 de Janeiro o exército sírio e os seus aliados russos e iranianos lançaram uma ofensiva sobre Palmyra que teve êxito, conforme anuncia hoje The Wall Street Journal, com destaque de primeira página e fotografia. Foi a segunda recaptura de Palmyra em menos de um ano, a demonstrar como é importante no contexto do conflito sírio.
Há poucos dias, as mesmas agências internacionais informaram que as tropas iraquianas tinham recuperado o aeroporto de Mossul. Sabe-se que há uma ofensiva turca sobre o ISIS a norte de Aleppo e que se desenvolve uma grande ofensiva curda em direcção a Raqqa. Há, portanto, várias ofensivas simultâneas em curso num verdadeiro blitz anti-ISIS. Será que foram conjugadas? Será que as conversações de Astana produziram alguns resultados? Ao mesmo tempo, continuam as conversações de paz em Genebra entre o governo e a oposição síria sob os auspícios das Nações Unidas. São chamadas Genebra IV e era bom que tivessem resultados. O povo sírio e o mundo agradeciam.

Sem comentários:

Enviar um comentário