sexta-feira, 28 de abril de 2017

Os porta-aviões: arma de poder e prestígio

Numa altura em que é forte a tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, cuja capital Pyongyang está situada a 350 quilómetros de Dalian, onde se localizam os estaleiros da China Shipbuilding Industry, a República Popular da China exibiu esta semana o primeiro porta-aviões construído no país e exactamente naqueles estaleiros.
Trata-se de uma acção de promoção e de prestígio da China, pois as autoridades chinesas não relacionaram a apresentação do seu novo porta-aviões com o momento de tensão actual e, de facto, ela parece ser apenas uma demonstração do desenvolvimento das capacidades da sua indústria de Defesa e uma afirmação do seu interesse estratégico e territorial no mar da China Meridional.
O jornal China Daily destacou na sua edição de ontem a apresentação desse novo porta-aviões chinês e, numa sugestiva infografia, mostrou os países que possuem porta-aviões em actividade – Estados Unidos (10), Itália (2), França (1), Rússia (1), Índia (1) e Tailândia (1). A China já possui o porta-aviões Liaoning, que fora construido em 1988 para a Marinha da União Soviética e que veio a ser comprado pela China, onde entrou ao serviço em 2012, certamente para introduzir uma nova cultura no âmbito das operações navais chinesas e para inspirar a construção dos seus próprios porta-aviões. A nova unidade só estará operacional em 2020, é designado temporariamente como 001A, tem 315 metros de comprimento, 75 metros de largura e uma velocidade cruzeiro de 31 nós.
Há vários anos que a China tenta modernizar as suas Forças Armadas, especialmente a Marinha, como parte das suas aspirações no mar da China Meridional, região cuja soberania é disputada por vários países. Porém, a Marinha chinesa está longe de rivalizar com o poderio militar dos Estados Unidos, que possuem uma dezena de porta-aviões operacionais, assim como cerca de seis centenas de bases militares em quase  cinco dezenas de países. Além disso, o orçamento militar chinês é da ordem dos 156 mil milhões de dólares, que é bem inferior aos 628 mil milhões do orçamento de defesa americano. A China ainda vai ter de esperar muitos anos, mas é sabido como são pacientes.

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