segunda-feira, 22 de maio de 2017

A dura guerra no mercado do armamento

O presidente Donald Trump está de visita a alguns países do Médio Oriente e da Europa. Começou pela Arábia Saudita, onde assinou 34 acordos comerciais em domínios diversos como a defesa, o petróleo e o transporte aéreo, no montante de 380 mil milhões de dólares, um valor que é aproximadamente o dobro do produto interno bruto anual português. É uma coisa impressionante.
Segundo o jornal económico francês La Tribune foi um "méga-cadeau de bienvenu à Donald Trump" que, com entusiasmo, afirmou: "C'était une journée formidable ! Des centaines de milliards de dollars d'investissements aux Etats-Unis et des emplois, des emplois, des emplois".
Deste montante, cerca de 110 mil milhões de dólares destinam-se à compra de armamento, onde se inclui material de defesa antimíssil, navios militares, aviões tácticos e helicópteros. Naturalmente, os Estados Unidos afirmaram desejar que a Arábia Saudita tenha um papel mais importante na segurança da região do Golfo, que dizem estar ameaçada pelo Irão, mas que também tenha um contributo mais significativo nas operações contra o terrorismo, sobretudo na luta contra o Estado Islâmico e a Al-Qaida.
A Arábia Saudita é um dos maiores importadores mundiais de armamento e, com os contratos agora anunciados com os americanos e o reforço da aliança entre Washington e Ryad, a França vai perder uma enorme fatia do seu mercado do armamento. A luta por esse mercado é dura, como mostram os acordos agora assinados e que vão penalizar muito a economia francesa.
Porém, estas notícias mostram que há uma lógica perversa na política mundial, isto é, para criar empregos e fomentar as suas exportações, alguns países alimentam guerras e o consumo de material de guerra, como se tem visto no Médio Oriente. Esta economia mata, como escreveu o Papa Francisco na sua exortação evangélica Evangelii Gaudium.

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