segunda-feira, 8 de maio de 2017

A Europa respirou de alívio

As eleições presidenciais francesas escolheram ontem um novo Presidente da República. Emmanuel Macron e a sua plataforma En marche! venceram as eleições. A França nunca teve um Presidente tão jovem e nunca tinha eleito alguém sem o apoio expresso dos partidos políticos. É uma novidade absoluta e, depois de figuras emblemáticas como De Gaulle ou François Miterrand, o que se pode dizer é que a política francesa já não é o que era. Meio mundo respirou de alívio porque Emmanuel Macron venceu o radicalismo de Marine Le Pen, o que pode significar um novo impulso no projecto europeu, mas também uma nova maneira de fazer política, com mais moralização e mais ética, mais responsabilidade e com mais esperança num mundo mais seguro, com mais liberdade, mais justiça e melhor defesa do ambiente.
Macron foi festejar a sua vitória no átrio do Museu do Louvre onde chegou ao som do Hino da Alegria de Beethoven, que foi adoptado como hino da União Europeia. Esse foi um forte sinal sobre a sua identificação com os ideais da Europa e com um novo estilo de fazer política, tendo então afirmado que não iria ceder ao medo nem ao divisionismo e que nenhum obstáculo o iria deter.
O seu discurso de vitória foi muito prudente, até porque Emmanuel Macron não tem maioria para governar. Ele sabe que muitos franceses o escolheram como um mal menor e que a derrota dos republicanos e dos socialistas pode ser apenas um caso conjuntural. Por isso, pediu votos nas eleições legislativas de Junho para os candidatos da sua plataforma política para construir uma verdadeira maioria parlamentar que permita concretizar a mudança que ele prometeu e a que o país aspira.
Faltam seis semanas para as eleições parlamentares e Macron não vai poder descansar. O desafio que tem pela frente é enorme e muito complexo, até porque a sua adversária agora derrotada não lhe vai dar tréguas, tal como os partidos tradicionais que vão querer recuperar da humilhação por que passaram. Sim, a Europa respirou de alívio mas, como se diz no futebol, ainda falta muito tempo de jogo.

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