quinta-feira, 1 de junho de 2017

Como o Donald ajuda a coesão europeia

O Presidente Donald Trump anunciou esta noite a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris relativo às alterações climáticas e, dessa forma, renegou um entendimento a que tinham chegado 197 países depois de longas negociações e que já tinha sido assinado pelo seu antecessor.
Esta decisão é um desafio ao mundo e uma prova da política isolacionista do Donald, tendo agravado a tensão entre os dois lados do Atlântico que já estava muito perturbada depois das cimeiras da NATO e do G7. Depois do fracasso que constituiu a primeira viagem do Donald ao estrangeiro em que tudo lhe correu mal e em que mostrou ser um ignorante em política internacional, tínhamos assistido à reacção da chanceler Merkel a afirmar  que a Europa não podia contar mais com os Estados Unidos e que os europeus teriam que agarrar as rédeas do seu próprio destino. Agora o Donald e a sua administração deram mais força às declarações de Angela Merkel porque, com a sua decisão, hostilizaram gravemente a Europa e o mundo. O Donald está cada vez mais isolado e não percebeu como é importante a preservação do planeta e o combate às alterações climáticas. Realmente, os americanos mereciam melhor.
Nesse quadro de grande incompetência e de crescente impopularidade interna e externa do Donald, têm-se revelado a firmeza de Emmanuel Macron e o seu alinhamento com o pensamento da chanceler Merkel, isto é, o eixo franco-alemão parece estar coeso, mas também pronto para defender a Europa e para enfrentar a arrogância do Donald. Se assim for, é caso para dizer que estamos perante uma oportunidade para refazer e unir a Europa.
Hoje, o diário francês Libération reconhece que o Donald está a dar um grande incentivo ao reforço da coesão europeia e agradece-lhe a oportunidade do Velho Continente se regenerar com o sugestivo título: Merci Trump.

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