sábado, 12 de agosto de 2017

Pyongyang não atemoriza o povo de Guam

No princípio desta semana a Coreia do Norte informou o mundo que, a meio do mês de Agosto, completaria o seu plano de ataque à ilha de Guam, que é administrada pelos Estados Unidos desde 1898 e fica situada no Pacífico Ocidental, pelo que depois bastaria uma ordem de Kim Jong-un para que um ataque se desencadeasse. O regime de Pyongyang estaria então pronto para dar “uma lição” aos Estados Unidos.
Donald Trump não perdeu tempo e tratou de repetir que as soluções militares americanas estão posicionadas, prontas e carregadas, garantindo que podem acontecer coisas que os norte-coreanos nunca imaginaram ser possíveis.
A escalada verbal é de tal ordem que o jornal nova-iorquino Daily News escrevia ontem na sua primeira página: what said it, un or don?, apresentando um conjunto de frases ameaçadoras e muito semelhantes, para que os leitores identificassem se o seu autor era Kim Jong-un ou Donald Trump. Significa que, para aquele jornal e para muito mais gente, aqueles dois líderes são mesmo muito perigosos e muito parecidos na sua fanfarronice.
Entretanto, a população da ilha de Guam que é de cerca de 180 mil habitantes parece estar indiferente a estas ameaças e a esta retórica. Basta ler o Pacific Daily News, o maior jornal da ilha, que até exibe a fotografia dos mísseis norte-coreanos, mas que destaca depoimentos que revelam que a população está calma, não está intimidada e considera que este discurso ameaçador do regime de Pyongyang não é novo e não pode ser levado a sério. Só não se sabe se as importantes bases militares da ilha ou a sua própria capital estão protegidas por abrigos ou por sistemas de protecção anti-míssil eficazes.
O facto é que embora Kim Jong-un não esteja a atemorizar o povo de Guam, os seus 541 km2 estão ameaçados.

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