quarta-feira, 11 de outubro de 2017

As alegrias únicas que o futebol nos dá

A selecção nacional de futebol venceu ontem a selecção suiça no estádio da Luz e apurou-se para o Campeonato do Mundo de Futebol que, no próximo ano, se vai disputar na Rússia.
A noite de ontem, serviu não só para assegurar esse apuramento, mas também para elevar o orgulho nacional e a auto-estima dos portugueses. Com esse festejado triunfo, Portugal ingressou no restrito grupo de países que estará no Mundial, o que o torna sujeito num dos temas dominantes da actualidade, porque a partir de agora, através dos meios de comunicação social, o mundo vai falar das selecções e dos países que vão estar presentes na Rússia.
As imagens televisivas foram esclarecedoras quanto ao entusiasmo ou mesmo à euforia dos portugueses. De resto, quase tudo parece correr bem nesta terra, desde a paz social até ao bom desempenho da economia, passando pela estabilidade política, pela multidão de turistas que nos visitam e pelo futebol. Só a prolongada seca, a persistência dos incêndios, o aumento da dívida externa e a demagogia de certas figuras políticas nos contrariam o nosso contentamento.
A imprensa destacou, naturalmente, o apuramento português e o jornal A Bola escolheu o sugestivo título de Nação Valente, retirado do texto do Hino Nacional que milhares de espectadores cantaram no final do jogo, num inesperado momento de grande emoção.
Infelizmente, este momento de euforia vai ser efémero nas nossas televisões. Vão voltar rapidamente os longos espaços televisivos com enjoativos debates sobre o futebol caseiro e com a exibição de um doentio fanatismo clubístico, apoiado no discurso injurioso dos dirigentes, nas vicissitudes das arbitragens ou na enfadonha discussão sobre se numa determinada jogada houve mão na bola ou bola na mão.
É uma pena que as televisões, sobretudo o serviço público de televisão, dê guarida a tantos fanáticos investidos em comentadores de televisão.

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