segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Che Guevara, 50 anos depois da sua morte

Foi há 50 anos, no dia 9 de Outubro de 1967, que Ernesto Guevara de la Serna, mundialmente conhecido como “Che” Guevara, foi executado em La Higuera, na província de Vallegrande, no sudoeste da Bolívia. Tinha 39 anos de idade e a revista Time considerou-o uma das cem personalidades mais importantes do século XX.
Nascera em 1928 na cidade argentina de Rosário no seio de uma família abastada e formara-se em Medicina na Universidade de Buenos Aires, mas veio a trocar a vida confortável que o esperava por uma causa em que acreditou, ao juntar-se aos oposicionistas cubanos que lutavam contra o ditador Fulgêncio Baptista, então exilados no México. No dia 26 de Novembro de 1956 integrou o grupo de 82 homens que sob o comando de Fidel de Castro, partiu do porto mexicano de Tuxpan a bordo do pequeno iate Granma e, uma semana depois, desembarcou numa praia da província cubana do Oriente. Durante o desembarque o grupo foi atacado pela aviação cubana e apenas 12 homens sobreviveram. Ernesto Guevara foi um deles. Esse pequeno núcleo de sobreviventes reagrupou-se na Sierra Maestra, conduziu a guerrilha contra o regime cubano e cerca de 25 meses depois, no dia 1 de Janeiro de 1959, as forças do exército rebelde entraram triunfantes em Havana. Foi uma grande vitória militar e o médico argentino que integrara a guerrilha, tornara-se num dos seus mais destacados comandantes. Mais do que Fidel, Camilo ou Raúl, o Che tornou-se o símbolo da vitória.
Sobre a revolução cubana que foi dura, violenta e sangrenta já quase tudo foi escrito, quer pelos seus inflamados defensores, quer pelos seus intransigentes críticos.
Depois de ter ocupado vários importantes cargos no período pós-revolucionário, o Che deixou Cuba em 1965 com a intenção de levar a luta armada ao Terceiro Mundo. Nunca mais voltou a Cuba. Primeiro esteve em África a apoiar a independência do Congo e, depois, instalou-se nas montanhas da Bolívia onde, inspirado no exemplo da Sierra Maestra, pretendeu criar um foco guerrilheiro. Porém, não teve os apoios populares por que esperava e foi derrotado. No dia 8 de Outubro de 1967 foi capturado pelas forças militares bolivianas apoiadas pela CIA, quando estava ferido e doente. Na manhã seguinte, veio de La Paz a ordem para que fosse executado e a ordem foi cumprida com uma rajada de espingarda metralhadora. Nasceu então o mito do Che revolucionário, idealista e mártir.
Cinquenta anos depois, o simbolo maior da revolução cubana e da utopia da libertação dos povos da América Latina mantém-se vivo. As actuais gerações que por todo mundo  usam a imagem do Che, quase como uma marca comercial de sucesso, mas não o fazem por razões políticas ou ideais revolucionários, mas apenas porque ele representa um homem de causas e de ideais que não se deixou corromper pelo poder e que tudo sacrificou a esses valores. Por isso, o seu exemplo continua presente um pouco por todo o lado e alguns jornais, como o diário boliviano La Razón, evocam o homem e a sua memória.

Sem comentários:

Enviar um comentário