quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O feriado e a evocação da República

Completaram-se hoje 107 anos sobre a data em que foi proclamada a República em Portugal, em consequência de uma revolução organizada pelo Partido Republicano, em que participaram a Carbonária, uma organização clandestina e republicana, cerca de dois mil soldados e marinheiros e muitos populares armados. A monarquia constitucional portuguesa passava por grandes dificuldades e  tinha perdido credibilidade e a confiança do povo, pelo menos desde os tempos do mapa cor-de-rosa e do ultimato inglês, que se agravava em cada dia com a instabilidade política e social em que o país vivia e com o crescente acolhimento dos ideais republicanos. O regicídio de 1908 foi o ponto alto do ataque à Monarquia e dois anos depois as forças da Rotunda triunfaram sobre as forças monárquicas e o novo regime foi proclamado da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa.
A República afirmou-se como um regime de base popular e com um programa de modernização que parecia capaz de devolver aos portugueses o prestígio internacional abalado e de dinamizar a economia e a sociedade. Os principais símbolos nacionais como a bandeira, o hino e a moeda foram mudados e a toponímia urbana rapidamente introduziu os nomes de República, Almirante Reis e Miguel Bombarda.
O imaginário popular adoptou a República e um dos mais populares cartazes que então se produziram ainda hoje podem ser vistos em alguns velhos estabelecimentos.
O dia 5 de Outubro passou a ser um dia de grande festa nacional, sempre com grande participação popular, até que esse dia feriado nacional foi suprimido em 2013 por um governo sem perspectiva histórica, assim ficando até 2015 em nome de um aumento da produtividade da economia nacional.
Em 2016, e em boa hora, o feriado do 5 de Outubro foi restabelecido e é esse dia de festa a que me associo hoje com um "Viva a República".

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