quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Iémen: a guerra que todo o mundo ignora

Desde Março de 2015 que está acesa uma guerra civil no Iémen que tem os seus fundamentos próprios e as suas características particulares, mas que se inscreve na chamada Primavera árabe de 2011. A mais recente edição do The Economist aborda esse tema como “the war the world ignores”.
O Iémen situa-se no extremo sudoeste da península arábica, tem 527 mil km2 de superfície o que significa que é maior do que a Espanha, tem 28 milhões de habitantes e controla a entrada do Mar Vermelho no estreito de Bab el Mandeb.
O actual conflito nasceu das divergências entre dois grupos que reivindicam o poder no Iémen, respectivamente as forças leais ao presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi que dominam a área de Aden e as forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, maioritariamente constituídas pelos Houthis. Estas forças serão apoiadas pelo Irão, Eritreia, Rússia e Coreia do Norte, enquanto as forças de Hadi são apoiadas por uma coligação liderada pela Arábia Saudita, em que participam Bahrein, Egipto, Jordânia, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Qatar e Sudão, com o apoio dos Estados Unidos. Os dois grupos ou facções não são mais que uma extensão da conflitualidades entre xiitas e sunitas ou, entre o Irão e a Arábia Saudita.
A situação no terreno não é bem conhecida mas parece que os Houthis controlam a capital Sanaa, enquanto as forças de Hari controlam a cidade de Aden. Embora os Houthis sejam os responsáveis pelo início desta guerra, as forças sauditas, ou apoiadas pelos sauditas, são acusadas de crimes de guerra, sobretudo por bombardeamentos aéreos sobre mercados, escolas, hospitais e mesquitas.
Diz-se que os Houthis são muito fracos para dominar o Iémen, mas que são muito poderosos para serem derrotados pela Arábia Saudita, pelo que a guerra prossegue. As organizações humanitárias internacionais têm denunciado a gravíssima crise que se vive no país e alguns países ocidentais que deveriam promover a paz, estão a ser acusados de entrar nesta guerra para alimentar os seus negócios de armamento com os sauditas e seus aliados, sobretudo com a venda de aviões e de munições. Porém, o mundo parece ignorar esta guerra.

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