domingo, 31 de dezembro de 2017

MRS foi o “Homem do Ano” de 2017

Quando termina um ano, a generalidade dos orgãos de comunicação social faz análises retrospectivas sobre o que de bom e de menos bom se passou durante o ano e escolhe as personalidades que mais se distinguiram. Este ano também tem sido assim e, embora António Guterres, Cristiano Ronaldo ou Mário Centeno sejam apontados como figuras marcantes de 2017 e estejam no grupo de portugueses que mais se destacaram, há uma verdadeira unanimidade a considerar Marcelo Rebelo de Sousa como o Homem do Ano.
Embora não goste muito de unanimidades, neste caso não me custa nada a aceitá-la e a alinhar ao lado dela, embora eu tenha algumas reservas quanto ao concubinato que se está a verificar entre a comunicação social e os serviços da Presidência, ou mesmo do próprio Presidente. De manhã, à tarde e à noite, sempre rodeado de microfones e de câmaras que naturalmente foram convidadas para fazer parte da cena, vemos MRS a distribuir afectos, beijos e abraços, a plantar árvores, a estender roupa, a comer com os sem-abrigo, a andar de carrocel nas feiras e, principalmente, a falar de orçamentos, de centenos, de legionellas, de raríssimas, de tudo. Tem sido um exagero. Se o outro deixou Boliqueime mas Boloqueime nunca o deixou, este deixou a TVI mas não consegue deixar a pele de comentador.
Agora que apareceu a inoportuna hérnia umbilical que o levou ao Hospital Curry Cabral e às mãos do seu amigo Barroso, que por acaso até nem gosta de aparecer na televisão, deixamos por uns dias de ouvir MRS a comentar tudo. Tem sido um descanso.
Portanto, há que felicitar o Homem do Ano pelo seu desempenho e desejar-lhe uma rápida recuperação. Porém, não posso deixar de lhe desejar um bom ano de 2018 no cumprimento da missão para que foi eleito, mas que se liberte dos estagiários do microfone que o acompanham por todo o lado e que, na sua ânsia de lhe agradar, o deixam muitas vezes à porta do ridículo e nós não queremos que isso aconteça.

2 comentários:

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  2. Popular, já é que chegue. Vulgarizar-se, é que, como Presidente da República, tem de ter a lucidez e sabedoria suficientes para não se deixar cair nisso. Para tal também servem os bons conselheiros, que os maus pouco além irão do bater palmas.

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