terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O Brexit é mais difícil do que se pensava

Num referendo realizado em Junho de 2016 verificou-se que 51,9% dos britânicos votaram pela saída da União Europeia, pelo que governo iniciou um processo de negociações conhecido por Brexit. Nesse processo, as dificuldades têm sido enormes, não só pela estreita margem de votos que levou à decisão de saída, mas também pelas diferentes opções dos quatro “países constituintes” do Reino Unido, respectivamente a Escócia, Gales, a Inglaterra e a Irlanda do Norte.
Ontem, numa reunião em Bruxelas encontraram-se o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker e a Primeira-Ministra britânica Theresa May, tendo como agenda a discussão do futuro dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido e dos britânicos que vivem na União Europeia, isto é, as questões da livre circulação de pessoas e mercadorias, bem como o futuro do livre comércio.
Porém, acontece que na única fronteira terrestre do Reino Unido, que separa a República da Irlanda da Irlanda do Norte, poderão vir a ser reinstalados os normais controlos fronteiriços, o que altera substancialmente a vida dos cidadãos da Irlanda do Norte, que até votaram maioritariamente contra o Brexit. Daí que se procure um estatuto de excepção para a Irlanda do Norte diferente do resto do Reino Unido, mas essa solução foi vetada pelo DUP (Democratic Unionist Party) que é o quarto maior partido britânico e que suporta o governo de Theresa May, que não aceita qualquer solução que afaste Belfast de Londres. Porém, essa hipótese de estatuto de excepção e de permanência no mercado único agrada aos que estiveram e estão contra o Brexit, sobretudo os escoceses e a cidade de Londres, que votaram maciçamente pela permanência na União Europeia. Com este imbroglio, Theresa May saíu derrotada e humilhada. Não houve acordo e essa foi a notícia do dia da imprensa britânica. Entretanto, muitos britânicos, com Tony Blair à cabeça, pedem um segundo referendo porque "as pessoas têm o direito de mudar de ideias".

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