domingo, 17 de dezembro de 2017

O rio Tejo está a secar e a perder caudal

A fotografia hoje publicada com grande destaque pelo jornal La Tribuna de Toledo não pode deixar de causar alarme nos espanhóis e nos portugueses que vivem e que, em maior ou menor escala, dependem da bacia do rio Tejo. O rio tem uma extensão de cerca de mil quilómetros e constitui a segunda maior bacia hidrográfica da península Ibérica, mas está a ficar seco e sem caudal em muitos dos seus troços, enquanto as suas apreciadas praias fluviais desapareceram.
A seca deste ano chamou a atenção para a gravidade da situação. O Tejo tem 14 barragens para a produção de energia eléctrica, contribui para o abastecimento de água potável em muitas povoações, refrigera as centrais nucleares e térmicas espanholas e, sobretudo, alimenta o regadio em muitas regiões espanholas através de transvases que levam as suas águas para as regiões de agricultura intensiva de Múrcia, Alicante e Albacete, a partir do transvase Tejo-Segura, que é a maior obra de engenharia hidráulica da Espanha. A par desta sobreutilização, o Tejo ainda é receptor de descargas poluentes de vária natureza, o que agrava os seus problemas.
A fotografia publicada pelo jornal de Toledo é suficiente para nos alertar para a problemática do Tejo e para os problemas da escassez de caudal, da poluição e da radioactividade, mas também é um sinal que nos mostra que é a altura de pedir explicações ao governo espanhol para que alterem a sua política de transvases que tanto prejudicam Portugal.

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