quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Valência, a cidade das ciências e das artes

Tal como acontece com muitas cidades espanholas, Valência é um museu a céu aberto e essa realidade é perceptível sobretudo na área da moderna Cidade das Artes e das Ciências, onde se destaca a inconfundível obra do arquitecto valenciano Santiago Calatrava e, em especial, o Museu das Ciências Principe Felipe.
Foi exactamente nos espaços adjacentes ao lago artificial do museu que no passado Verão esteve patente ao público uma exposição de seis monumentais cabeças de grandes dimensões do escultor Manolo Valdés, um artista também valenciano de grande cotação internacional, que vive em Nova Iorque. Nessa altura, a presidente da Fundação Hortensia Herrero decidiu doar à cidade uma das seis obras expostas a escolher por votação popular dos valencianos. Os votantes escolheram La Pamela, uma escultura de grandes dimensões que representa uma cabeça de mulher com um chapéu, pela qual a instituição-mecenas pagará 1,7 milhões de euros. Ontem a obra foi desmontada e cuidadosamente embalada, a fim de ser transportada e instalada na Marina de Valência, onde ficará frente ao mar.
O diário Levante deu hoje grande destaque à operação de desmontagem de La Pamela e ao início da operação que vai enriquecer o património arquitectónico e artístico da cidade de Valência. Esta iniciativa mecenática valenciana é exemplar e bom seria que pudesse contagiar alguns agentes económicos portugueses para iniciativas semelhantes, mas sujeitos a critérios de qualidade, até para contrabalançar a obscura política autárquica de encomenda de mamarachos que têm decorado as rotundas das nossas cidades.

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