terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A época da lampreia já começou

A época da lampreia está a começar e os muitos apreciadores desta requintada iguaria já estarão a organizar as suas incursões aos mais afamados restaurantes que incluem este pitéu nas suas ementas, sobretudo em Lisboa e no Porto. É um ritual que decorre de finais de Janeiro até meados de Abril, ao qual não me associo, mas que entusiasma os mais exigentes gastrónomos ou, por outras palavras, é um ritual que desperta amores e ódios de semelhante intensidade.
De acordo com o meu amigo Google, as lampreias são uma espécie de ciclóstomos de água doce, com forma de enguia mas sem maxilas, pertencentes à família Petromyzontidae, mas de facto são um bicho muito feio e muito esquisito. Vivem no mar mas desovam nos rios e é aí que são capturadas.
A lampreia é muito apreciada no sul da Europa, sobretudo no noroeste da península Ibérica, isto é, na Galiza e no Minho, sendo confeccionada de diferentes formas, mas domina o arroz de lampreia, muito semelhante ao arroz de cabidela, a lampreia à bordalesa, a lampreia assada no espeto e a lampreia de escabeche mas, pela sua raridade, é sempre vendida a preços muito elevados.
Hoje o diário el Correo Gallego de Santiago de Compostela destaca com uma fotografia na sua primeira página a captura das primeiras lampreias do ano no Ulla, o rio que separa as províncias da Corunha e Pontevedra e que é o segundo rio mais importante do noroeste ibérico, depois do rio Minho. As duas lampreias capturadas no rio Ulla pesavam 800 e 600 gramas, foram vendidas por 150 euros por unidade e, segundo refere o jornal, foram compradas pelo gerente dos restaurantes Flavia e Santiaguiño!
Porém, a lampreia do rio Minho é considerada a melhor do mundo, sobretudo a que é capturada em São Pedro da Torre e Cristelo Côvo, já próximo de Valença. Que os interessados não percam esta iguaria, mas que preparem as carteiras...

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