segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A preocupante iniciativa militar turca

A Turquia iniciou a Operasyon Zeytin Dali contra as milícias curdas instaladas na região síria de Afrin, que faz fronteira e penetra no território turco, sendo que essa acção militar já é considerada uma nova frente de guerra no já longo conflito da Síria.
De acordo com as notícias divulgadas, logo no seu primeiro dia e ainda antes da invasão por forças terrestres, foram atingidos 108 alvos por 72 aviões F-16. Trata-se, portanto, de uma acção em larga escala que está em curso no noroeste da Síria, numa região controlada por milícias curdas apoiadas pelos Estados Unidos desde o início da guerra na Síria e que, segundo os turcos, visa expulsar os “rebeldes” da região de Afrin e criar uma zona de segurança para a Turquia. O presidente Recep Erdoğan tem sido muito claro e tem utilizado uma linguagem de intolerância absoluta em relação aos curdos, ameaçando mesmo exterminá-los. A Turquia parece estar isolada e Erdoğan mostra, uma vez mais, uma indesejável arrogância fascizante, o que deixa os seus parceiros da NATO muito perturbados. A França pediu a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os Estados Unidos, que sempre apoiaram os curdos, ainda apelaram à contenção dos turcos, mas Erdoğan ignorou o aviso americano. As autoridades sírias de Damasco protestaram e a Rússia, o Irão e o Egipto, por exemplo, têm condenado a iniciativa turca. O caso pode ser muito sério.
O jornal turco Milliyet dedica toda a sua primeira página à Operasyon Zeytin Dali e, pelo seu conteúdo fotográfico, parece apoiá-la, o que é um indício da natureza do poder ditatorial e agressivo exercido por Erdoğan. O que parece não haver dúvidas é que está ali mais um preocupante foco de instabilidade internacional.

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