domingo, 11 de março de 2018

Amoco Cadiz: o naufágio de má memória

O jornal bretão Le Télégramme dedica a sua edição de hoje ao encalhe do Amoco Cadiz, porventura o mais simbólico dos grandes acidentes marítimos acontecidos com super-petroleiros ou VLCC (Very Large Crude Carrier).
O histórico naufrágio sucedeu no dia 16 de Março de 1978 na costa da Bretanha e o navio de 334 metros de comprimento e 51 metros de boca partiu-se em dois, tendo provocado o derramamento de muitas toneladas de petróleo numa mancha principal que media 16 quilómetros de largura por 72 quilómetros de comprimento, o que foi um dos maiores desastres ambientais até então ocorridos no planeta.
Infelizmente para o meio ambiente, as tragédias com petroleiros têm continuado e os desastres do Exxon Valdez em 1989 no Alasca, do Erika em 1999 na baía da Biscaia e do Prestige em 2002 nas costas da Galiza, são apenas alguns exemplos dos desastres ambientais provocados pelos super-petroleiros. Porém, o caso do Amoco Cadiz continua a ser o exemplo mais clássico e mais lembrado de entre todos. Na Bretanha e um pouco por toda a França, milhares de voluntários mobilizaram-se durante vários meses para limpar as praias, onde foi muito profundo o impacto ecológico dessa catástrofe sobre o litoral, a sua fauna e a sua flora. O naufrágio do Amoco Cadiz marcou uma enorme mudança em relação às preocupações quanto à segurança marítima e foi um alerta para a sensibilização das autoridades e das opiniões públicas.
“O dia mais negro”, pelo seu significado, foi oportunamente evocado pelo Le Télégramme quando se perfazem 40 anos sobre esse naufrágio de má memória.

Sem comentários:

Enviar um comentário