segunda-feira, 26 de março de 2018

O protesto americano contra a violência

Os americanos estão a protestar contra a livre venda de armas automáticas e munições no país e exigem um maior controlo dos antecedentes criminais de quem compra armas de fogo.
De vez em quando somos confrontados com a notícia de mais um adolescente que comprou uma arma, que a levou para a escola e que decidiu imitar uma qualquer cena do mais recente filme de violência que viu na televisão. A permissividade da legislação americana é total e calcula-se que nos últimos vinte anos terão morrido duas centenas de estudantes em consequência de disparos com armas de fogo dentro das escolas americanas e que mais de 187 mil jovens de cerca de 193 escolas primárias e secundárias assistiram a tiroteios dentro das suas escolas. O principal alvo das manifestações é a NRA (National Rifles Association), uma poderosa organização de 5 milhões de membros que promove e incentiva o uso e porte de armas de fogo, mas por via indirecta a manifestação também era dirigida ao Congresso e ao Presidente dos Estados Unidos que, ainda bem recentemente, sugeriu que os professores fossem armados para a escola.
O protesto foi organizado pelos estudantes da escola da Florida onde no passado mês de Fevereiro ocorreu um massacre de que resultaram 17 mortes, tendo alastrado por todo o país e mobilizado milhões de pessoas. A mobilização dos estudantes foi um sucesso e a manifestação terá sido a maior alguma vez realizada nos Estados Unidos pelo controlo de armas de fogo, havendo quem a tivesse comparado às grandiosas manifestações contra a guerra do Vietnam ou em defesa dos Direitos Civis.
Toda a imprensa americana apoiou as manifestações, caso do New York Post, o que pode conduzir a uma mais rápida alteração de uma legislação que parece incentivar o uso de armas como se os americanos ainda estivessem no século XIX e a instalar-se no Far West.

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