sábado, 28 de abril de 2018

A paz que se deseja na península coreana

Há poucos meses o mundo assistia preocupado à realização de testes nucleares e ao ensaio de mísseis de médio e longo alcance norte-coreanos, sempre acompanhados pelos ameaçadores discursos de Kim Jong-un, ao mesmo tempo que via Donald Trump responder àquela ameaça com o envio de porta-aviões para os mares da Coreia e com a promessa de “fogo e fúria”, em apoio do seu aliado sul-coreano Moon Jae-in.
Porém, no passado mês de Fevereiro vieram os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em PyeongChang e a aproximação entre as duas Coreias começou a acontecer quando na cerimónia de abertura as equipas dos dois países desfilaram sob a mesma bandeira. Tal como acontecera noutros locais e noutras circunstâncias, a diplomacia desportiva deu frutos e o facto é que, dois meses depois, os presidentes Moon Jae-in e Kim Jong-un se encontraram na passada sexta-feira na Zona Desmilitarizada da Coreia. 
Desde que em 1953 se chegou ao cessar-fogo na guerra civil que dividiu a península coreana, este foi apenas o terceiro encontro entre os dois países e o primeiro ao mais alto nível. Segundo refere a imprensa e as televisões mostraram, o encontro começou com um longo aperto de mão entre Moon e Kim e terminou com um abraço caloroso. Entre esses gestos houve muita cordialidade e humor e, sobretudo, a assinatura de um acordo em que se abriu uma nova era de paz e de negociações para o início da desnuclearização da península da Coreia.  
Não é preciso ser especialista nestes assuntos para compreender a importância deste encontro para as duas Coreias e para o mundo, depois de 65 anos de tensão e de consumo de recursos e de energias que melhor teriam sido utilizados para promover o bem-estar dos coreanos do norte e do sul.
A China e os Estados Unidos que também combateram na guerra de 1950 a 1953, aplaudiram este encontro e o mundo suspira de alívio ao ver que, se a paz é possível na Coreia, também é possível na Síria e em todas as coreias e sírias que há pelo mundo.

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