segunda-feira, 23 de abril de 2018

Macau sob os olhares atentos da América

Os americanos gostam de se meter em tudo o que se passa no mundo, como se tivessem a obrigação de o regulamentar e de o policiar ou, dito de outra maneira, entendem que o que é bom para a América é bom para o mundo. Para justificar essa ideia, a edição do hojemacau apresenta na sua capa a imponente fachada das ruinas do Colégio de S. Paulo, com a Estátua da Liberdade a espreitar...
Isto vem a propósito do mais recente relatório sobre os direitos humanos no mundo divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano, que aponta aoterritório de Macau alguns problemas de direitos humanos, nomeadamente algumas restrições à liberdade de imprensa e à liberdade na vida académica, certas limitações na capacidade política dos cidadãos e, ainda, sobre tráfico humano.
O chefe do executivo macaense Fernando Chui Sai rejeitou os comentários contidos no referido relatório que classificou de “irresponsáveis” e afirmou que os asuntos nele tratados são “assuntos internos da China”.
Segundo o governo de Macau, nos termos da Constituição e da Lei Básica, estão garantidos ”os amplos direitos e liberdades, gozados pela população da RAEM”, mas em Washington há perspectivas diferentes. Um dos aspectos focados refere-se à autocensura dos jornalistas, mas esse é um problema universal dos mass media, isto é, o chamado jornalista independente tende a desaparecer para ser substituido por quem satisfaça a vontade do patrão ou do patrocinador.
O Departamento de Estado também refere que os académicos macaenses têm sido desencorajados ou impedidos de estudar ou falar sobre tópicos controversos relacionados com a China e salienta as limitações à participação política dos cidadãos. Outros aspectos citados no relatório são as desigualdades salariais entre homens e mulheres e a vulnerabilidade dos mais jovens e dos migrantes ao trabalho forçado e à prostituição. Porém, apesar das críticas, o documento saúda a atitude do governo de Macau relativamente a investigações feitas por organizações locais ou internacionais, sustentando que “operam sem restrições” e que, “na maioria das vezes, as autoridades cooperam e reagem de forma apropriada às suas opiniões”.

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