quinta-feira, 5 de abril de 2018

Uma nova solução para a guerra da Síria

Os líderes das potências mais envolvidas na guerra da Síria - Vladimir Putin, Recep  Erdogan e Hassan Rouhani - reuniram-se ontem em Ancara para tentar encontrar pontos de convergência em relação aos seus diferentes interesses regionais e para decidir quanto a uma solução para a guerra, num encontro que assinala a derrota dos americanos e dos seus aliados que tanto apoiaram a revolta contra Bashar al-Assad e, também, a afirmação dos poderes russo, turco e iraniano naquela região do Médio Oriente.
O combate ao Daesh era a prioridade de todos e foi bem sucedido, mas em relação a Bashar al-Assad continua a haver muitas divergências, pelo que os interesses de cada um dos países que se reuniram podem confrontar-se. A Rússia e o Irão continuam a suportar o regime sírio que quer derrotar os rebeldes apoiados pela Turquia, enquanto a mesma Turquia quer derrotar os curdos que são apoiados pelos americanos. Todos estes interesses correm o risco de entrar em choque e, por isso, os amigos (Rússia e Irão) e os inimigos (Turquia) de Bashar al-Assad sentaram-se à mesma mesa, quase ressuscitando o encontro de Fevereiro de 1945 em Yalta, no qual Roosevelt, Stalin e Churchill acordaram estratégias e zonas de influência. Naturalmente, a Rússia domina e procura articular todos estes interesses entre países que não se entendem, não só da Síria e do Irão, mas também da Turquia que, apesar de ser membro da NATO, tem estreita cooperação com os russos que acabam de construir e inaugurar uma poderosa central nuclear na costa turca.
O jornal The Independent publicou a fotografia de Putin, Erdogan e Rouhani que tem o simbolismo de mostrar quem manda naquela região e de atestar que os americanos perderam a batalha da Síria.

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