sexta-feira, 11 de maio de 2018

Ainda há quem possa confiar no Donald?

O Prémio Internacional Carlos Magno ou Internationaler Karlspreis é atribuido anualmente pela cidade de Aachen, na Alemanha, para distinguir personalidades que se tenham destacado pelo seu contributo para a unidade e coesão da Europa. Este ano o prémio foi atribuído ao presidente francês Emmanuel Macron e deu origem a importantes declarações, quer da chanceler alemã que esteve presente na cerimónia, quer do premiado.
Os jornais internacionais de referência, como o El País, destacaram as declarações produzidas que condenaram vivamente a retirada de Donald Trump do acordo nuclear com o Irão e que, dessa forma, faz aumentar a tensão no Médio Oriente e o risco de sérios confrontos entre Israel e o Irão, como já se começou a verificar.
Disse Angela Merkel que “há conflitos às portas da Europa e o tempo em que podíamos confiar nos Estados Unidos acabou”, enquanto Emmanuel Macron confirmou a mesma ideia e disse que “algumas potências decidiram quebrar a sua palavra” e “não podemos deixar que outros decidam por nós”.
Desde que Trump assumiu a presidência, os Estados Unidos têm dado fortes contributos para a destabilização mundial com a declaração de que a NATO era obsoleta, com a teimosia da construção de um muro na fronteira com o México, com a saída do acordo de Paris, com as suas ameaças comerciais proteccionistas e outras arrogâncias de semelhante gravidade. Os líderes europeus parece que só agora chegaram à conclusão de que o paradigma atlântico que prevaleceu desde a 2ª Guerra Mundial e que unia estrategicamente a Europa e os Estados Unidos, já não funciona na actualidade. Afinal, as sucessivas visitas de Macron, de Merkel e de outros líderes aos Estados Unidos, apenas serviram para verificar aquilo que já se sabia, isto é, que o Donald é um irresponsável em que não se pode confiar.

1 comentário:

  1. A Europa de repente percebeu que é um vassalo total dos EUA. Os seus embaixadores na Europa já advertem e ameaçam as empresas europeias sem algum vestígio de diplomacia. A União Europeia, efectivamente reduzida à insignificância durante anos de políticas desastrosas e de seguidismo às guerras americanas pelo Mundo, vê-se assim impotente para tomar medidas contrárias no imediato. Talvez isto possa ser um ponto de mudança, mas até haver a coragem para tomar decisões sobre a soberania do Bloco, gigantes europeias como a Total e a Maersk Line, por exemplo, fazem contas e preferem retirar as suas operações e investimentos no Irão, em vez de as perder nos EUA.

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