terça-feira, 15 de maio de 2018

O Donald e a revolta dos palestinianos

A mudança da embaixada americana de Telavive para Jerusalém que ontem se concretizou, é uma provocação para quem quer a paz no mundo e veio romper com um consenso internacional sobre a cidade que tem um estatuto especial, porque tanto os israelitas como os palestinianos a querem para capital. A euforia tomou conta da cidade e há cartazes por todo o lado anunciando “Trump Make Israel Great”, significando que a aliança entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu ou entre Israel e os Estados Unidos é mais forte do que nunca e, provavelmente, faz parte de uma estratégia americana de combate às influências russa e iraniana na Síria. Por isso, não são de esperar boas notícias vindas daquela região e, pelo contrário, tudo se conjuga para que haja confrontos.
A polémica decisão do Donald apenas vai ser acompanhada pela Guatemala, Paraguai e Honduras. Por outro lado, a grande festa que assinalou a inauguração da nova embaixada teve um apoio internacional mínimo e, no caso da União Europeia, o boicote foi quase unânime pois o convite americano apenas foi aceite por quatro países (Áustria, Hungria, Roménia e República Checa), porque são governados por partidos de direita ou extrema-direita e, certamente, gostam do Donald. 
A decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel foi uma afronta à Palestina e a reacção popular a esta decisão provocatória, sobretudo na faixa de Gaza, foi imediata, com dezenas de milhares de palestinianos a aproximarem-se da fronteira em protesto, lançando pedras e pneus em chamas sobre as forças militares de Israel que reagiram e mataram pelo menos 55 manifestantes e feriram cerca de dois mil, segundo relatam as agências noticiosas.
Os tempos que aí vêm são realmente muito inquietantes, porque os israelitas estão eufóricos e estão entusiasmados com o Donald. Vamos a ver se a União Europeia e a Merkel, a May e o Macron estão à altura do momento que passa.
Entretanto, saúda-se a capa do Diário de Notícias que soube seleccionar o assunto mais importante do dia, o que nem sempre acontece.

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