terça-feira, 29 de maio de 2018

O enorme imbróglio da política italiana

As eleições legislativas italianas que se realizaram no dia 4 de Março e que elegeram 630 deputados, não gerou nenhuma maioria clara até que, recentemente, o populista Movimento 5 Estrelas liderado pelo jovem Luigi Di Maio e a nacionalista Liga Norte dirigida por Matteo Salvini, chegaram a um acordo de governo e indigitaram Giuseppe Conte para primeiro-ministro. Este formou o seu governo e nele incluiu o economista Paolo Savona como ministro da Economia.
Só que o presidente da República, Sergio Mattarella, decidiu não aceitar Paolo Savona por ser declaradamente anti-europeu e, com o seu veto, o indigitado primeiro-ministro decidiu renunciar à indigitação. A crise política ficou aberta e há acusações de todos os lados, pelo que o mais provável caminho para a Itália será a marcação de novas eleições. Os dois partidos mais votados nas eleições de 4 de Março, com cerca de 50% dos votos, foram o Movimento 5 Estrelas e a Liga Norte. São movimentos que o L’Espresso classificou como “política sem rosto”, pois são ambos populistas, eurocépticos e mais ou menos regionalistas. É difícil perceber, fora da Itália, o que representa cada um destes movimentos e porque razão ganharam tanta força em tão pouco tempo. Neles não tem sentido a tradicional separação entre esquerda e direita e das suas inesperadas posições podem sair propostas muito destabilizadoras sobre a permanência na União Europeia e na Zona Euro, mas também sobre a própria unidade política da Itália.
Com ou sem eleições, ninguém sabe o que vai acontecer, mas a preocupação é grande. Os italianos estão mesmo perante um grande imbróglio.

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