domingo, 17 de junho de 2018

Chegou o tempo dos incêndios florestais

Decorreu um ano sobre o dramático incêndio de Pedrógão Grande e alguns jornais evocaram esse fatídico dia em que algumas dezenas de pessoas perderam a vida e muitos hectares de floresta foram devorados pelo fogo. Foram dias trágicos que vieram a repetir-se em Outubro e, embora o que se passou tenha causas tão diversas como a falta de planos de protecção contra incêndios florestais, ou um ordenamento florestal inadequado, ou as alterações climáticas ou, ainda, o desleixo das populações, todas as críticas se dirigiram contra o governo e, de forma especial, contra a então Ministra da Administração Interna. Foi lamentável o aproveitamento político que alguns então quiseram fazer da tragédia.
Entretanto, os fogos florestais não são apenas um problema português e grandes áreas florestais em Espanha também têm sido consumidas pelo fogo. Por isso, a secção espanhola do Greenpeace publicou esta semana um documento intitulado “Protege el bosque, protege tu casa” em que analisa as causas da nova era de incêndios de alta intensidade dos últimos anos e denuncia a falta de planos de prevenção, emergência e auto-protecção contra incêndios florestais em Espanha, um problema que já está classificado como emergência social. O estudo cita os incêndios do camping e do parque de Doñana de Mazagón e do trágico incêndio de Pedrógão Grande.
O documento foi publicado pelo jornal el Correo de Andalucia e constitui uma chamada de atenção para todos os agentes públicos e privados envolvidos neste problema, desde a população que constrói casas no meio da floresta e não cuida da limpeza dos seus espaços florestais, até ao abandono rural e às alterações climáticas. O documento refere que “não é uma situação única de Espanha” e que “países como Portugal, Chile, Austrália, África do Sul e Estados Unidos têm sofrido grandes incêndios de altíssima gravidade”. Trata-se, portanto, de um problema ambiental que afecta a segurança nacional e que em Portugal se espera possa ser enfrentado este ano com mais eficiência do que aconteceu em 2017.

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