sexta-feira, 22 de junho de 2018

Uma nova ordem social na Arábia Saudita

A partir do próximo domingo, dia 24 de Junho, as mulheres sauditas já poderão conduzir os seus automóveis nas estradas da Arábia Saudita e esse será o aspecto mais visível de uma nova política social iniciada por Muhammad bin Salman, o poderoso príncipe herdeiro saudita de 32 anos de idade. N asua mais recente edição, a revista The Economist dedica uma extensa reportagem a esta “revolução social saudita”.
Os cinemas de Riyadh abriram as suas portas e os homens já podem sentar-se ao lado das mulheres, pode ouvir-se música nas ruas e as mulheres já frequentam os parques de diversão onde conduzem carros eléctricos. O Comité para a Prevenção do Vício e a Promoção da Virtude, perdeu o poder de impor a moralidade pública, embora muitos religiosos islâmicos prevejam o aumento da imoralidade e condenem esta medida liberalizadora com argumentos retrógrados como por exemplo o de que “as mulheres só têm meio cérebro” ou que “a condução afecta os seus ovários”.
Há uma nova geração rica e cosmopolita em torno do jovem príncipe herdeiro saudita que quer a liberalização social e a transformação da sociedade, acabando com os códigos islâmicos ultra-rigorosos, ao mesmo tempo que ambiciona a diversificação da sua economia que é demasiado dependente do petróleo.  
Os hábitos islâmicos moderados dos seus vizinhos do Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos e do Qatar são uma fonte inspiradora para os sauditas, porque não faz sentido poder ir livremente ao cinema no Dubai e não poder ver cinema na Arábia Saudita, por aí ser contra a vontade de um Deus que é exactamente o mesmo.
Nesta liberalização saudita há um pormenor muito curioso, porque a promoção do islamismo moderado está a aproximar a Arábia Saudita de Israel, o que está a fazê-los passar de inimigos a aliados, o que até parece um paradoxo mas que resulta do medo comum que naquela região todos têm do Irão.

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