terça-feira, 14 de agosto de 2018

A euforia das festas do mês de Agosto

No mês de Agosto os portugueses perdem a cabeça, vão de férias, enchem as praias, não perdem nem festas nem romarias e, como se fossem poucos, ainda vêm os emigrantes para aumentar a confusão. Antigamente quem não queria a confusão de Agosto ficava-se pela calma das cidades desertas, mas de há uns tempos para cá vieram os turistas e o país que já era pequeno, ainda ficou menor.
As festas e romarias fazem parte da identidade portuguesa ou, como por vezes se diz, são a essência da alma portuguesa e os poderes locais que são os Municípios, estão na primeira linha na organização de festas para animar os seus municípes e para atrair visitantes, sobretudo em períodos eleitorais ou pré-eleitorais. O jornal i foi estudar o assunto e concluiu que no mês de Agosto os Municípios portugueses gastam milhões de euros em concertos de verão, revelando os chachets pagos contratualmente a muitos artistas, embora a essas despesas contratuais haja que somar as despesas com palco, equipamentos de som, fogo-de-artifício, publicidade e até segurança, para além dos incontornáveis imprevistos.
É muito dinheiro, mas o problema não é apenas uma questão de custo/benefício destas despesas/investimentos que são feitos pelas autarquias, que são entidades públicas e que manuseiam dinheiros públicos. É também um problema de qualidade e, de facto, bastou ver os artistas apresentados pela RTP durante os programas que recentemente acompanharam a Volta a Portugal em bicicleta para se ter uma ideia da foleirice, da brejeirice e da falta de qualidade de muita gente que se faz passar por artista.
Portanto, há que alimentar as euforias de Agosto que são bem ao gosto português, mas há que separar o trigo do joio.

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