quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A tragédia de Génova e o nosso jornalismo

Na passada terça-feira ocorreu o trágico colapso da ponte Morandi, na auto-estrada A10, na cidade italiana de Génova, quando a sua estrutura desabou sobre uma área industrial de uma altura de 45 metros numa extensão de cerca de 200 metros, arrastando um número ainda indeterminado de viaturas.
A ponte tinha sido construida entre 1963 e 1967 e, supostamente, era objecto de regular manutenção, mas um ministro veio acusar os concessionários das auto-estradas italianas de que cobram as portagens mais caras da Europa, que recebem milhões, que pagam poucos impostos e que nem sequer fazem a manutenção necessária das pontes das auto-estradas.
O mundo impressionou-se com o desastre que provocou quatro dezenas de vítimas e com as imagens que viu na televisão e nos jornais, sobretudo aquelas que mostram uma carmioneta de cor azul e carroceria verde dos supermercati Basko, cujo condutor conseguiu parar a escassos metros do abismo e salvar-se.
O jornal italiano La Reppublica, assim como os grandes jornais internacionais, dedicaram as primeiras páginas das suas edições de ontem à tragédia de Génova com expressivas fotografias, enquanto os jornais portugueses preferiram destacar a exibição de um futebolista de 19 anos chamado Edson Fernandes e, em alguns casos, até ignoraram a notícia do desastre de Génova.
Como aqui temos salientado várias vezes, os jornais e o jornalismo portugueses estão demasiado entregues a comissários e a estagiários. Vão de mal a pior e, depois, queixam-se que não têm leitores...

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