sábado, 5 de janeiro de 2019

O comboio de alta velocidade indiano

A Índia decidiu construir uma linha ferroviária de alta velocidade para ligar a cidade de Ahmedabad, capital do Estado do Gujarat, com a cidade de Mumbai, a antiga Bombaim, que é a capital do Estado de Maharashtra e que é a verdadeira capital económica e financeira da Índia.
Trata-se de um projecto muito ambicioso por várias ordens de razões, sobretudo porque é a primeira linha ferroviária de alta velocidade da Índia, que já começou a ser construída no passado mês de Agosto com a cooperação tecnológica e financeira do Japão.
Os comboios circularão a 320 km por hora, a linha terá um comprimento de 508 km e haverá 12 estações, incluindo Vapi que serve o antigo território português de Damão. A maior parte da linha será elevada para evitar a aquisição de terrenos agrícolas e para minimizar problemas de segurança, mas nas proximidades de Mumbai, entre Thane e Virar, terá um túnel de 21 km, dos quais 7 km serão submarinos. O custo total do projecto será de 15 mil milhões de dólares e a inauguração está prevista para o dia 15 de Agosto de 2022, quando a Índia celebrar o 75º aniversário da sua independência.
Hoje, o jornal Gulf News que se publica no Dubai, destaca na sua primeira página os três maiores obstáculos que enfrenta o comboio de alta velocidade indiano, designadamente as expropriações de terrenos que estão a ser altamente contestadas, as questões da segurança ao longo da linha e o seu elevado custo para um país onde 163 milhões de pessoas ainda não possuem água canalizada. Porém, a Índia não é apenas um país de contrastes culturais, mas também é um país com desenvolvimentos muito desiguais e assimétricos, onde os sinais de pobreza e os sinais de modernidade e de ostentação continuarão a coexistir por muitos anos.

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