domingo, 30 de junho de 2019

Torre de Hércules - património mundial

O farol da Torre de Hércules localiza-se no extremo norte da região da Galiza a cerca de 1600 metros do centro da cidade da Corunha, sendo o único farol romano que continua a servir a navegação marítima que utiliza aquele porto.
O edifício do farol tem 68 metros de altura e está construído sobre um promontório com 57 metros de altitude, constando de três níveis estruturais: o primeiro tem uma base quadrada e corresponde à estrutura do farol romano construído no século I da nossa era, um segundo nível estrutural tem secção octogonal e foi acrescentado no século XVIII e, um terceiro nível também octogonal, suporta o sistema de alumiamento ou o farol propriamente dito.
Em 2009 a Torre de Hércules foi inscrita na Lista do Património Mundial da Unesco.
Ontem, porque se completava o 10º aniversário da classificação do farol, houve uma grande festa comemorativa que incluiu uma reconstituição do acampamento romano de Ave Crunia, uma representação teatral clássica ao ar livre, um concerto de Mercedes Peón e a projecção de um espectáculo audiovisual sobre a própria torre, intitulado “Luz e Som de Hércules”.
O jornal La Voz de Galicia assinalou a efeméride na sua edição de hoje com uma reportagem intitulada  dos mil años y diez de Patrimonio, ilustrada com uma fotografia do farol iluminado pelo espectáculo de luz e som. E o assunto justifica-se até porque a classificação da Unesco converteu a Torre de Hércules num dos mais atractivos pontos turísticos da Galiza.

sábado, 29 de junho de 2019

Talento e humor inteligente em Macau

No fim-de-semana que se aproxima o humorista e comentador político Ricardo Araújo Pereira (R.A.P.) vai apresentar dois espectáculos em Macau no âmbito de uma iniciativa do Consulado Geral de Portugal e de outras entidades portuguesas que se intitula “Junho, mês de Portugal na RAEM”. O programa cultural é muito diversificado e aposta no humor e na música, mas também noutras actividades como o teatro, a gastronomia, a ciência e a dança.
A presença de R.A.P. em Macau está a despertar grande curiosidade na comunidade portuguesa e, nas suas edições de hoje, os três jornais macaenses que se publicam em português – JTM (Jornal Tribuna de Macau, Hojemacau e Ponto final – destacaram a sua apresentação no território de Macau e todos ilustraram a notícia com a sua fotografia em primeira página.  É, por isso, um grande acontecimento.
É natural este interesse em ouvir quem se tem destacado no panorama humorístico português pela sua inteligência e pelo seu talento, mas também pela oportunidade da sua crítica política. O público tem correspondido e transformou R.A.P. numa figura nacional de grande notoriedade e de imagem de excelência. Porém, como diz o povo, não há bela sem senão e, mesmo aqueles que apreciam o inteligente humor de R.A.P., como é o nosso caso, lamentam que, por vezes, ele caia em facilitismos e se decida a desancar naqueles que estão na mó de baixo por questões judiciais ou por acção de alguma imprensa que, para ganhar audiências, se especializou em condenações na praça pública. Humilhar pessoas indefesas e fragilizadas não é coisa que faça rir, nem é símbolo de coragem cívica. Nesses casos, a utilização do poder da televisão para humilhar quem não se pode defender, é desumana, injusta e pouco séria.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

O enorme embaraço de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro, o presidente da República Federativa do Brasil, ia participar pela primeira vez na reunião do G20, o grupo de que junta os líderes das maiores economias do mundo que se irão encontrar em Osaka nos próximos dois dias.
Acontece que uma parte da sua comitiva constituída por 21 militares que dão apoio ao presidente, viajou por antecipação, tendo o avião da Força Aérea do Brasil feito uma escala em Sevilha. Nessa escala e no decorrer de um controlo alfandegário de rotina, as autoridades espanholas detiveram um militar que servia como comissário de bordo e que transportava 39 quilos de cocaína, que estava dividida em pacotes colocados na sua bagagem de mão. O caso deixou toda a gente perplexa por ter sido possível que alguém ousasse transportar tanta cocaína num avião oficial e até o presidente Jair Bolsonaro, que ao ser eleito prometeu combater o crime e as drogas como nunca antes no país, ficou naturalmente muito embaraçado, até porque se assumia como um defensor dos militares, que considera como uma espécie de reserva moral da nação brasileira. A imprensa internacional relatou o insólito caso e, no Brasil, diversos jornais como O Dia, que se publica no Rio de Janeiro, deram grande destaque a esta notícia que constitui um grande embaraço para o Brasil e para o seu presidente.
Entretanto, o presidente em exercício já lamentou o sucedido e afirmou que o militar actuou como “mula qualificada” de alguém, enquanto o avião presidencial que se previa também fizesse uma escala em Sevilha, alterou os seus planos e desviou a sua rota para Lisboa onde utilizou a base aérea de Figo Maduro. O que não há dúvidas é que o Brasil, ou uma parte do Brasil, parece atravessar uma séria crise de valores éticos e morais. Como escreveu a jornalista Alexandra Lucas Coelho "nunca antes na história do país a vergonha do Brasil foi tão mundial".

terça-feira, 25 de junho de 2019

Onde estarão as orcas do Salish Sea?

O Salish Sea é uma grande área marítima que penetra pelo interior da costa ocidental da América do Norte. Constitui um complexo sistema de ilhas e de canais, banhando uma parte do noroeste do estado americano de Washington e uma parte do sudoeste da província canadiana de British Columbia, incluindo a cidade de Vancouver.
Este mar é uma área cuja paisagem marítima é de grande beleza e de invulgar diversidade biológica, sendo frequentado por orcas cujo número tem vindo a regredir, embora actualmente ainda estejam reconhecidos 76 exemplares residentes que são identificados pela sua barbatana dorsal. Alimentam-se sobretudo de salmão-rei ou chinook salmon (Oncorhynchus tshawytscha) e estima-se que cada orca se alimente diariamente com uma dieta de 1400 salmões!
As orcas aparecem nas proximidades de Vancouver desde a primavera ao outono e são responsáveis por uma florescente indústria turística em que, por uma importância de 165,70 euros, se faz um safari marítimo de cerca de 4 horas em que se podem ver as Montanhas Rochosas e as florestas de pinheiros canadianos e, além de outros cetáceos, as famosas orcas. Porém, como hoje anuncia o Star Metro (edição gratuita de Vancouver) ninguém sabe o que se passa com as orcas que são um quase ex-libris da cidade. e que ainda não apareceram. Os meios científicos e ambientais, bem como a opinião pública da bacia do Salish Sea, estão preocupados e não sabem o que se passa. Consequência das alterações climáticas? Escassez de salmão? Sobreutilização turística do Salish Sea? Daí que se volte a salientar que as orcas estão em vias de extinção naquela região do oceano Pacífico.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Vivam a cidade de Angra e as Sanjoaninas

Hoje, dia 24 de Junho, é o Dia de S. João. Ontem, um pouco por todo país, realizaram-se as festas deste santo e os seus muito participados arraiais, sobretudo no norte de Portugal e, em especial, nas cidades do Porto e de Braga. A televisão mostrou essas festas todas e a alegria do povo. Porém, que me desculpem os meus concidadãos e amigos do norte de Portugal, mas as melhores festas de S. João acontecem nos Açores e, muito em especial, na cidade de Angra do Heroísmo. São as Sanjoaninas, que são consideradas as maiores festas profanas dos Açores e que este ano decorrem desde o dia 21 ao dia 30 de Junho. Todos os anos as Sanjoaninas têm um tema e este ano foi escolhido o exílio do rei D. Afonso VI na ilha Terceira com o lema Angra – Regalo de Rei e de Gente.
A cidade de Angra do Heroísmo que em 1983 foi declarada património da Humanidade pela Unesco, transforma-se nestes dias de grandes festejos com a animada participação da população a que se juntam turistas e muitos emigrantes vindos dos Estados Unidos e de outras regiões para participar no vasto programa que inclui desfiles de rua, exposições, concertos em cinco palcos, apresentação de filarmónicas (incluindo a Sociedade Filarmónica Nova Aliança de S. José, na Califórnia) e provas desportivas, embora os ex-libris das Sanjoaninas sejam as marchas populares e as corridas de touros. As marchas e as touradas são um deslumbramento para os terceirenses e, de facto, impressiona como uma ilha tão pequena - embora cheia de história e de grandeza - tem energias e vontades bastantes para preparar e participar em tanta festa em Junho, quando ainda se parecem ouvir os bailinhos de Carnaval, outra das grandes manifestações da cultura popular da ilha Terceira, que aconteceram em Março.
Vivam a cidade de Angra, as Sanjoaninas e a ilha Terceira!

sábado, 22 de junho de 2019

Na Venezuela está tudo como dantes

A Venezuela parece continuar no impasse em que caíu no passado mês de Janeiro quando Juan Guaidó se auto-proclamou presidente interino do país. São poucas as notícias que chegam do país e a leitura da imprensa venezuelana, uma parte favorável a Guaidó e outra parte favorável a Nicolás Maduro, não nos dá informações suficientes. Parece, portanto, que está tudo como dantes, isto é, que há duas venezuelas e que fracassaram as cinco vezes que a oposição liderada por Guaidó anunciou “a ofensiva final” contra o regime de Maduro, provavelmente porque a oposição não é melhor que o regime chavista.
Foi neste quadro que Michelle Bachelet, a ex-presidente da República do Chile e antiga activista contra a ditadura de Pinochet, que desde Setembro de 2018 exerce as funções de Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos por escolha de António Guterres, visitou a Venezuela durante três dias, em que se reuniu com o governo e com a oposição. Segundo foi anunciado, Bachelet falou com toda a gente, ouviu relatos de violação dos direitos humanos por parte dos corpos policiais venezuelanos e outras queixas sobre a situação social no país.
Nicolás Maduro disse que vai levar a sério as recomendações de Bachelet que, entretanto, salientou que a situação humanitária do país se deteriorou de forma extraordinária, pediu a libertação de cerca de 687 pessoas detidas por razões políticas e criticou a repressão aos opositores do regime. No fim, Michelle Bachelet ouviu elogios de todos os seus interlocutores e, até aqueles que a acusaram de um silêncio cúmplice para com o governo de Maduro, a elogiaram. Naturalmente, ela pediu ao governo e à oposição para se empenharem num diálogo e numa resolução negociada das suas diferenças. Toda a imprensa venezuelana, designadamente o diário 2001 de Caracas, destacou a visita de Michelle Bachelet, tendo publicado a sua fotografia com Maduro e com Guaidó. Parece que, pelo menos a imprensa, ainda é livre na Venezuela.

A crise do Golfo e o uso de PlayStations

Na passada quinta-feira os Guardas da Revolução Iraniana anunciaram ter abatido um drone ou avião não-tripulado da Marinha americana que, alegadamente, violava o seu espaço aéreo na área do estreito de Ormuz. Em tempo de grande tensão entre os Estados Unidos e o Irão, este incidente deu origem a mútuas acusações, a ameaças, à convocatória do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a muitas declarações dos líderes mundiais pedindo contenção às partes.
O drone de modelo RQ-4C Triton foi fabricado pela Northrop Grumman, tem o aspecto de um pequeno avião com 14 metros e meio de comprimento, pode voar durante 24 horas a altitudes superiores a 16 mil metros e tem um alcance operacional de 8200 milhas. Cada uma destas unidades custa mais de cem mil dólares. Como retaliação, o presidente Donald Trump declarou que a acção iraniana foi um erro e terá aprovado um ataque ao Irão, mas à última hora cancelou a sua decisão porque entendeu que os 150 mortos previstos nesse ataque eram desproporcionados em relação ao abate do drone, mas também porque os líderes do Congresso lhe pediram cautelas. O Irão não se ficou e veio declarar que também detectou um avião tripulado americano em violação do seu espaço aéreo mas que poupou a vida aos seus 35 ocupantes, isto é, os Estados Unidos não quiseram matar 150 iranianos e o Irão não quis matar 35 americanos.
O assunto é sério e é evidente que nestas coisas entram demasiadas variáveis e que muitas delas são fabricadas e mentirosas, mas cada vez mais parece que os conflitos bélicos do nosso tempo tendem a ser resolvidos com PlayStations, em que os computadores de uns lutam com os computadores dos outros. O jornal Khaleej Times, que se publica no Dubai, foi um dos poucos jornais mundiais que deram destaque de primeira página ao abate do drone americano, provelmente porque a sua base era nos Emirados Árabes Unidos.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Espanha e a estabilidade da monarquia

A Espanha é uma monarquia constitucional e o Rei Filipe VI, a quem os espanhóis chamam Don Felipe, ocupa o principal posto do poder político e da organização do Estado. Tendo agora completado cinco anos do seu reinado, o facto deu origem a que os antigos presidentes do governo espanhol que estão vivos, o tivessem cumprimentado conjuntamente e que Felipe González (1982-1996), José Maria Aznar (1996-2004), José Luis Rodriguez Zapatero (2004-2011) e Mariano Rajoy (2011-2018), com ele se fizessem fotografar. Este encontro também serviu para atenuar amuos e reconciliar adversários políticos mas foi, sobretudo, uma forte mensagem dirigida aos espanhóis relativamente à unidade da Espanha.  A imprensa espanhola deu grande relevo a este encontro e fez um laudatório balanço dos cinco anos do reinado de Don Felipe, pelo seu papel positivo na evolução da Democracia e na forma como conseguiu reabilitar a Monarquia, afectada por escândalos protagonizados por alguns membros da sua família. Além disso, a imprensa salientou a forma como Filipe VI representou a unidade da Espanha e como enfrentou o separatismo catalão, destacando o seu discurso de 3 de Outubro de 2017 em que denunciou o golpe de estado que estava em curso na Catalunha. A presença do Rei tem sido constante na Catalunha, antes e depois da aventura independentista, apesar de alguns protestos, tendo essa atitude corajosa e solidária sido muito apreciada pelos espanhóis. Com um índice de popularidade de 75,3%, a imprensa considera que o Rei partilha as inquietações, as preocupações e as alegrias dos espanhóis, que estimula o equilíbrio social e que, com Don Felipe, a “España tiene ganado un Rey para la historia”, como escreveu o conservador ABC.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Honi soit qui mal y pense

Alguns jornais britânicos e espanhóis dão hoje grande destaque fotográfico à cerimónia ontem realizada no castelo de Windsor, em que Filipe VI de Espanha e Guilherme da Holanda foram investidos como novos membros da Nobilíssima Ordem da Jarreteira.
A Ordem da Jarreteira é a mais antiga ordem militar da cavalaria inglesa e foi fundada em 1348, tendo por lema a frase Honi soit qui mal y pense que, em bom português, significa Maldito seja quem pense mal disto. Os seus membros são escolhidos pela Rainha Isabel II e, para além dos seus vinte e quatro membros ou companheiros, incluem cavaleiros ou damas supranumerários, normalmente membros da família real ou monarcas estrangeiros. Significa que, pertencer à Ordem da Jarreteira é uma distinção muito singular e que resulta de uma escolha pessoal da Rainha, sendo essa uma das poucas prerrogativas executivas que lhe cabe em exclusivo.
O cerimonial da investidura é muito apreciado, sobretudo pela indumentária tradicional dos membros da Ordem com capas de veludo e chapéu ao estilo Tudor. Depois de um ritual privado e de um almoço, todos se dirigem em procissão para a capela de S. Jorge para tomar parte na cerimónia religiosa de investidura.
O último português que foi membro da Ordem da Jarreteira foi o Rei D. Manuel II, investido em 1909, enquanto o primeiro e único membro americano da Ordem foi o Imperador D. Pedro II do Brasil, enquanto membro da Casa de Bragança.
Porém, sobre estas realidades de outros tempos que conferem honrarias e privilégios, talvez seja de aplicar o próprio lema da Ordem da Jarreteira: Maldito seja quem pense mal disto.

domingo, 16 de junho de 2019

A complexa via autonómica de Hong Kong

O regresso da colónia britânica de Hong Kong à República Popular da China aconteceu em 1997 mas, apesar do seu estatuto de região administrativa especial, têm sido evidentes as dificuldades de integração do território na China continental e a prova disso são os protestos mais ou menos violentos que vão acontecendo. Por via do acordo de regresso à mãe-pátria e, tal como acontece com Macau, o território de Hong Kong desfruta de um alto grau de autonomia, excepto em matérias de Defesa e Negócios Estrangeiros, podendo utilizar algumas regras e liberdades que não são autorizadas na China continental.
A ilha de Hong Kong foi cedida aos britânicos depois da 1ª Guerra do Ópio (1839-1842) e, mais tarde, a Grã-Bretanha alugou por 99 anos uma parte do território continental designada por Novos Territórios. Uma tão longa permanência e o grande desenvolvimento económico da colónia fez com que a maioria dos seus 7 milhões de residentes, embora de etnia chinesa, não se sintam chineses, mas sobretudo Hong Kongers. Daí resulta uma contínua reacção às políticas centralistas e de maior aproximação a Pequim, acontecendo que algumas das medidas tomadas provocam reacções, como aconteceu com a recente aprovação da lei que permitirá a extradição de Hong Kongers para a China, um tema tratado na última edição de The Economist.
E o que fazem os Hong Kongers? Para além de um aumento do sentimento anti-continente chinês e de já haver quem peça a independência do território que os britânicos geriram durante cerca de 150 anos, há muitos milhares que protestam, que bloqueiam estradas e que cercam os edifícios governamentais, enquanto a polícia utiliza gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar as multidões. O confronto entre Pequim e Hong Kong vai, naturalmente, continuar.

Há novos actores no teatro do Golfo

Os Estados Unidos e o Irão não têm relações diplomáticas entre si e, desde 1979, quando o regime monárquico do xá Reza Pahlevi foi derrubado pela revolução iraniana liderada pelo ayatollah Khomeini, que existe uma tensão permanente entre os dois países. Aparentemente, nem os americanos gostam dos iranianos, nem os iranianos gostam dos americanos. As causas dessa tensão são muito diversas, sobretudo as causas políticas relacionadas com a revolução iraniana e as causas económicas relacionadas com o domínio do petróleo do Golfo, mas todas se agravaram quando os americanos souberam que o Irão estava a desenvolver armas nucleares.
Assim, em 2015 foi assinado o Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), um acordo destinado a limitar o programa nuclear iraniano a troco do levantamento parcial das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos e pelos seus aliados europeus, mas Donald Trump considerou-o “o pior negócio do mundo” e abandonou-o em 2018. Desde então, sucedem-se os episódios que têm contribuído para aumentar a tensão na região do Golfo, o mais recente dos quais foram os ataques a um petroleiro norueguês e a um petroleiro japonês. Os Estados Unidos acusaram imediatamente o Irão por esses ataques, mas as Nações Unidas, o Japão, a Rússia e outros países querem provas mais definitivas do envolvimento iraniano. Os americanos afirmaram que esses ataques exigiram um nível de especialização só possível por parte do Irão, mas os japoneses rejeitam esse argumento que, segundo eles, também se aplicaria aos Estados Unidos e a Israel.
O facto é que ontem o jornal Shargh Daily, que é editado em Teerão na língua persa, publicou uma expressiva fotografia de Hassan Rouhani, junto de Vladimir Putin e de Xi Jinping, mostrando que o Irão tem aliados poderosos e que o domínio e a influência americanas na região já não são o que foram.

sábado, 15 de junho de 2019

O desmoronamento da Justiça brasileira

A imprensa brasileira revelou há poucas horas atrás que Sérgio Moro, o actual Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil terá feito batota, enquanto juiz que condenou em primeira instância o ex-presidente Lula da Silva. Na sua ânsia de protagonismo e de perseguição a Lula, designadamente para o impedir de concorrer às eleições presidenciais, o ex-juiz Sérgio Moro terá criado situações condenatórias de Lula, incluindo a simulação de denúncias anónimas para obrigar algumas pessoas a depor e a envolvê-las nas teias do processo Lava-Jato.
Se isso vier a ser comprovado, a sua conduta não é só uma grave falta de ética, mas é também uma prática criminosa e pode resultar na nulidade de todo o processo. A divulgação de textos com supostas mensagens e conversas privadas entre promotores e juízes brasileiros sugerem falta de imparcialidade e colaboração ilegal na operação Lava-Jato. Esta questão da promiscuidade entre os procuradores e os juízes, ou entre quem investiga e quem julga, é um problema sério e não é exclusivo do Brasil, pois todos nos recordamos da telenovela que por cá tem acontecido por causa da relação entre procuradores, juízes e jornalistas, de que resulta a construção de acusações e o julgamento sumário nas páginas dos jornais.
A revista Veja, que tinha liderado a campanha de propaganda contra Lula e que dera um importante contributo para que Moro ascendesse na consideração da opinião pública brasileira, vem agora dizer que Sérgio Moro “desmoronou” e acusa-o de ter cometido o crime de validar diálogos em clara transgressão à lei. Mas não é só aquela revista que se afasta de Moro, pois alguns juízes do Supremo Tribunal Federal têm a mesma opinião. Entretanto, Sérgio Moro já admitiu que possa ter havido um descuido formal nas conversas que manteve com o procurador do Ministério Público durante as investigações da operação Lava-Jato. Parece que moro merece menos confiança e que estamos perante o desmoronamento da Justiça. Esse é mais um problema para o Brasil.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

A subida da tensão na região do Golfo

Dois petroleiros foram atacados no golfo de Omã, perto do estreito de Ormuz, mas embora estas acçõess ainda não tenham sido reivindicadas por qualquer país ou organização, os Estados Unidos já acusaram o Irão pela sua realização, suspeitando-se da colocação de minas no casco de um navio e de um ataque com um torpedo noutro caso. Um dos navios está em chamas e foi abandonado pelos seus tripulantes, aparecendo a sua fotografia nas primeiras páginas da imprensa internacional.
Estes ataques representam uma ameaça à paz e segurança internacional, constituindo uma agressão flagrante à liberdade de navegação e uma escalada da tensão na região do golfo Pérsico, especialmente entre os Estados Unidos e o Irão.
O secretário-geral das Nações Unidas reclamou que se apurem os factos e que depois se identifiquem os responsáveis, ao mesmo tempo que o Conselho de Segurança se vai reunir hoje de emergência para analisar o caso e a situação no golfo Pérsico. A região do Golfo e a conjuntura são demasiado sensíveis, pelo que é necessária muita contenção para que este caso não se transforme num pretexto para uma escalada na confrontação entre os Estados Unidos e o Irão que se vem desenhando desde há algum tempo. No entanto, o Irão já declarou não estar envolvido nestes ataques e alertou para que não se caia na armadilha preparada por quem lucra com a instabilidade na região.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

António Guterres é referência mundial

António Guterres, o cidadão português que ocupa o cargo de secretário-geral das Nações Unidas foi escolhido pela revista Time para ilustrar a capa da sua última edição, a propósito da sua luta pela defesa do ambiente e do seu combate contra as alterações climáticas. Na fotografia utilizadada, António Guterres aparece de fato e gravata, com ar de poucos amigos e com água pelos joelhos, sendo essa imagem completada com as frases “oceanos a subir, residentes em fuga, aldeias a desaparecer. O nosso planeta está a afundar-se”.
A mensagem é objectiva e reflecte uma situação que começa a ser dramática, pela sucessão de acontecimentos meteorológicos anormais – ciclones devastadores, cheias torrenciais, incêndios florestais, secas severas, entre outras calamidades.
O Acordo de Paris celebrado em 2015 foi patrocinado pelas Nações Unidas e visou a redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global, mas o anúncio da saída dos Estados Unidos e as reticências do Brasil, são apenas algumas das dificuldades que estão a colocar em causa os objectivos do acordo.
A iniciativa da Time relança o problema das alterações climáticas que Guterres considera “a batalha das nossas vidas”. O tempo está a esgotar-se, o “planeta está a afundar” e essa realidade torrnou-se uma bandeira para o antigo primeiro-ministro português, pelo que foi escolhido para ilustrar a capa de uma das mais importantes revistas internacionais. Naturalmente, a escolha da Time agrada-nos e reforça o estatuto de figura mundial de António Guterres. Até agora apenas dois portugueses tinham aparecido na capa daquela prestigiosa revista: António Salazar em 22 de Julho de 1946 e António de Spínola em 6 de Maio de 1974. Agora foi o terceiro um terceiro António fez capa da Time.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Aí estão as Festas de Lisboa 2019

As Festas de Lisboa já começaram no início do mês, mas a próxima noite, a noite de Santo António, é sem dúvida o seu ponto mais alto. Um pouco por toda a cidade, mas sobretudo nos bairros populares da sua zona histórica, tudo se transforma num enorme arraial com arcos e balões coloridos e com os grelhadores a assar sardinhas que espalham no ar o seu agradável cheiro característico. Multidões de residentes e de turistas entopem as estreitas ruas da Alfama, da Mouraria e da Graça, esgotando litros de cerveja para atenuar o calor da noite, enquanto o ensurdecedor som das músicas mais populares de raiz lisboeta gera congestionamentos sonoros quase insuportáveis. É realmente uma apreciada e colorida festa que anima a cidade.
Num outro palco apresentam-se as marchas populares que desfilam animadamente pela Avenida da Liberdade com os seus figurinos, encenações, danças e canções, sob o entusiástico apoio de milhares de pessoas que aplaudem cada marcha e cada bairro num exercício de rivalidade pouco comum. A televisão costuma fazer um directo, habitualmente apresentado de uma forma demasiado popularucha, mas que permite que no conforto doméstico se acompanhem as marchas e a sua estética e se aprecie o esforço dos marchantes.
Porém, as Festas de Lisboa são muito mais do que arraiais, sardinha assada e marchas populares, pois multiplicam-se as iniciativas, sobretudo musicais. Um dos seus mais característicos ex-libris são os Casamentos de Santo António, em que 16 casais lisboetas presumivelmente com maiores carências financeiras, celebram o seu casamento na Sé de Lisboa com toda a pompa e circunstância, com o apoio da tradição popular e da Câmara Municipal de Lisboa.
As Festas de Lisboa sempre foram muito atractivas, mas com tantos turistas que por aí andam, estão a tornar-se demasiado cansativas, porque já não há espaço, nem sardinhas, nem paciência para tanta gente!

terça-feira, 11 de junho de 2019

No Reino Unido é só navegação à vista

Foram dez os candidatos que ontem formalizaram a sua entrada na corrida à liderança do Partido Conservador britânico e que são potenciais sucessores de Theresa May como primeiros-ministros do Reino Unido, os quais vão ser submetidos a várias rondas de votação até ser encontrado um vencedor. O processo que se vai seguir até à nomeação do novo presidente de um partido que foi fundado em 1834, vai ser muito longo e vai manter em sobressalto os portugueses que vivem no Reino Unido e os britânicos que vivem em Portugal, sobretudo porque o Brexit vai continuar no centro do debate político. A primeira votação vai acontecer no próximo dia 13 de Junho e apenas os candidatos que tenham o apoio de oito deputados poderão continuar na corrida. No dia 18 de Junho haverá nova votação e, no final, ficarão apenas dois candidatos, sendo então escolhido o novo presidente do partido, provavelmente no dia 22 de Julho.
Com tantas rondas de votações, os votos vão circular entre os diferentes candidatos ao sabor das conveniências pessoais de quem vai votar e o Reino Unido vai continuar à deriva e a fazer navegação à vista como hoje titula o jornal francês La Croix.
Boris Johnson, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros parece ser o favorito nesta corrida, mas Jeremy Hunt, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, bem como o ministro do Ambiente, Michael Gove, também têm boas hipóteses. O facto é que as expectativas quanto ao Brexit são demasiado baixas e poucos acreditam que uma nova liderança do partido possa encontrar soluções. Já foi perdido muito tempo e a confiança do povo nos deputados já acabou. Assim, num quadro de grandes dúvidas entre sair ou não sair da União Europeia, ou de sair com ou sem acordo, os britânicos ficam agora dependentes das negociatas entre os deputados do Partido Conservador.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Rafa Nadal alimenta a euforia espanhola

Rafael Nadal Parera é um tenista profissional espanhol que ocupa actualmente o segundo lugar do ranking mundial masculino da ATP e que ontem, em Paris, venceu o Torneio Roland Garros pela 12ª vez. É um feito desportivo notável que veio enriquecer um palmarés onde constam 18 vitórias individuais nos chamados torneios do Grand Slam (doze no Open de França/Roland Garros, dois no torneio de Wimbledon, três no US Open e um no Open da Austrália).
Rafael Nadal é, por isso, um dos maiores tenistas de todos os tempos, sendo considerado o rei da terra batida. Hoje, todos os grandes jornais espanhóis destacam a sua vitória com uma fotografia em que, após a vitória sobre o austríaco Dominic Thiem, se deixou estender no chão para descarregar toda a tensão nervosa acumulada ao longo de três horas e um minuto de jogo. A euforia espanhola pela vitória foi de tal forma incontrolável que o jornal catalão Sport até destaca que Nadal é “el mejor de la Historia”.
Acontece, porém, que o actual número quatro do ranking mundial masculino da ATP é o suiço Roger Federer que conta com 20 vitórias individuais nos chamados torneios do Grand Slam (um no Open de França/Roland Garros, oito no torneio de Wimbledon, cinco no US Open e seis no Open da Austrália), o que significa que Nadal ainda está a dois títulos do recorde de Roger Federer.
Rafael Nadal e Roger Federer têm mantido uma grande rivalidade ao longo dos últimos anos, mas ambos já entraram na casa dos trinta anos e, provavelmente, já terão poucas hipóteses de voltar a triunfar em torneios do Grand Slam. Porém, parece que nada é impossível para homens como estes.

A alegria do povo está mesmo no futebol

A selecção portuguesa de futebol venceu ontem a primeira edição da Liga das Nações, ao bater a equipa da Holanda por 1-0 na final realizada na cidade do Porto. Num jogo emocionante e muito equilibrado, a vitória resultou de uma superior exibição dos jogadores portugueses, que jogaram bem e dominaram o seu adversário. Depois de ter vencido o Euro 2016, o triunfo na Liga das Nações 2019 inscreve a selecção portuguesa na galeria das melhores selecções mundiais de futebol e, neste tempo em que o futebol parece tudo dominar desde a política à economia, o acontecimento torna-se relevante, tanto interna, como  internacionalmente.
Sem dúvida que, por circunstâncias diversas, Portugal atravessa um período de grande entusiasmo em que a auto-estima dos portugueses é muito alta, pelo que esta vitória foi mais um contributo para a euforia nacional e deu origem a grandes manifestações populares de alegria. Naturalmente, a fotografia dos vencedores da Liga das Nações ilustrou a capa de toda a imprensa portuguesa.
O povo que trabalha, que paga impostos e que, impotente, assiste aos desmandos do novo-riquismo e da trafulhice bancária que por aí se passeia, bem mereceu mais esta alegria resultante dos pontapés do Ronaldo e do Guedes, mas também das defesas do Patrício. A alegria do povo está mesmo no futebol e hoje, que é o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a vitória no futebol até parece ter sido encomendada e vai certamente estar presente, pelo menos no subconsciente nacional, nas cerimónias que se realizarão em Portalegre e em Cabo Verde.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Uma nova fase no processo da Catalunha

O procés catalão, nome por que foram designadas as várias frentes de luta pela independência da Catalunha acontecidas no Outono de 2017, teve agora um novo desenvolvimento com a tomada de posição da Fiscalia, nome que é utilizado para designar o Ministério Fiscal ou Ministério Público de Espanha. A Fiscalia é um órgão constitucional do poder judicial que intervém na defesa da legalidade, dos direitos dos cidadãos e do interesse público e que, depois de vários meses de apreciação do caso catalão, não só ratificou a acusação de rebelião que foi feita contra os dirigentes independentistas catalães, como também veio considerar que os acontecimentos da Catalunha configuraram uma tentativa de golpe de estado violento, ao visar a suspensão total ou parcial da Constituição de Espanha e a declaração de independência de uma parte do território nacional.
O jornal La Razón apresenta na sua primeira página as fotografias dos principais acusados e, segundo a Fiscalia, el procés foi uma estratégia para fracturar a ordem constitucional espanhola e o que sucedeu foi um golpe de estado. Na extensa declaração da Fiscalia reproduzida pela imprensa espanhola destaca-se a acusação de que os Mossos ou polícia catalã, se limitaram a simular o cumprimento dos seus deveres, mas que facilitaram todo o procés. Relativamente aos responsáveis políticos, a acusação dirige-se sobretudo contra Oriol Junqueras, o presidente da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), que foi considerado o “motor principal” da rebelião e contra Carles Puigdemont, então presidente da Generalitat da Catalunha e membro do PDeCAT (Partido Democrata Europeu Catalão), actualmente “fugido à Justiça” na Bélgica.
Os responsáveis, segundo a Fiscalia, devem ser condenados, não pelas suas ideias independentistas mas pela rebelião que, objectivamente, comandaram. Está aberto, portanto, um novo capítulo na luta pela independência da Catalunha.

Goa é um sítio em grande transformação

Após alguns dias de permanência em Goa já regressei a Lisboa, com a minha arca de emoções bem mais atulhada do que a minha bagagem, que quase só trazia livros.
Goa continua a ser atraente para o visitante e, em especial, para os portugueses, porque por lá encontram múltiplas referências a uma herança cultural que, naturalmente, teve muitos aspectos positivos, mas também alguns negativos. Embora seja um tema ainda polémico por razões políticas diversas, umas mais antigas e outras mais recentes, há sinais que apontam para a recuperação e conservação do rico património arquitectónico civil, religioso e militar goês, sobretudo na área arqueológica da sua antiga capital, hoje conhecida por Velha Goa. Além disso, o estado de Goa continua a ter uma vida cultural intensa, quer de raiz erudita, quer de base popular, nomeadamente em Pangim e Margão, com uma dinâmica actividade editorial e a publicação de muitos livros, a realização de concertos e festivais, bem como a apresentação de muitas exposições e muitos espectáculos do seu apreciado tiatr.
Porém, o território de Goa também está a passar por um processo de transformação nas suas infraestruturas rodoviárias, com novas pontes e vias rápidas que, estando em construção, perturbam naturalmente a vida quotidiana e tendem a alterar a rotina da vida goesa. Por outro lado, a intensidade do tráfego rodoviário acentuou-se e, apesar de uma constante publicitação das boas práticas ambientais, em que predominam as palavras clean e green, os resultados ainda não são satisfatórios.
Impulsionado pelo turismo interno e internacional, há um acentuado dinamismo empresarial em todos os sectores de actividade, nomeadamente na construção e nas actividades turísticas. Portanto, Goa está em transformação e a passar por uma onda de acentuado progresso. Só o futuro dirá se essa transformação conseguirá realizar-se sem afectar o equilíbrio social e a diversidade cultural do território, mas também se será possível manter a herança e a memória cultural portuguesa. Espero voltar para ver.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

O início da libertação da Europa em 1944

Celebram-se hoje 75 anos sobre o dia 6 de Junho de 1944, que ficou conhecido na História como o Dia D. Na manhã desse dia, as tropas aliadas constituídas sobretudo por forças americanas, inglesas e canadianas, mas também por elementos de outras nacionalidades, concretizaram o seu desembarque nas praias francesas da Normandia e iniciaram a sua caminhada em direcção à Alemanha e ao refúgio de Adolfo Hitler.
O comandante supremo desta acção, que foi a maior operação anfíbia que a História alguma vez conheceu e que foi designada por Operação Overlord, foi o general americano Dwight D. Eisenhower, mas muitos outros militares importantes de ambos os lados do conflito participaram na operação.
Hitler e o nazismo dominavam a Europa e tinha sido ordenada a construção de fortificações ao longo de toda a costa atlântica desde a Espanha à Noruega, para assegurar a proteção alemã de uma invasão aliada, que veio a acontecer. O local escolhido para o desembarque foi uma extensa área de cerca de 80 km que foi dividida em sectores, cujos nomes ficaram famosos – Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. O desembarque foi feito sob más condições meteorológicas e sob intenso fogo alemão em praias minadas e cheias de obstáculos e, só nesse dia, atravessaram o canal da Mancha cerca de 160 mil homens, transportados em quase 5 mil veículos de desembarque e de assalto e, nesse dia, tiveram dez mil baixas, incluindo 4414 mortos confirmados.
A história deste dia está devidamente registada na obra de referência The Longest Day, um livro editado em 1959 por Cornelius Ryan que o cinema adoptou em 1962, sendo porventura os mais expessivos documentos que relatam o Dia D.
Ontem e hoje foram dias de grandes cerimónias de evocação desse desembarque que iniciou a libertação da Europa e de homenagem aos homens que lhe sobreviveram até aos nossos dias, tendo muitos jornais internacionais evocado essa efeméride, como aconteceu com Le Figaro.