quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Bolsonaro na ONU a envergonhar o Brasil

Jair Bolsonaro foi a Nova Iorque e pela primeira vez falou numa sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, mas o seu discurso de 32 minutos foi fortemente criticado, tanto no Brasil como no exterior, tendo sido acusado pela imprensa de romper uma tradição de moderação e pragmatismo da diplomacia brasileira e de ter perdido uma oportunidade para desfazer a má imagem internacional do seu governo pela forma como tem tratado o problema dos incêndios e da devastação da Amazónia.
Bolsonaro não revelou quaisquer dotes de estadista e adoptou um tom de confronto e de intolerância com muitos exageros e muitas falsidades, tendo criticado o “espírito colonialista” de alguns países como a França por terem questionado a política ambiental brasileira e chamado “falácia” à tese que defende que a Amazónia é património da humanidade. Igualmente polémica foi a sua declaração de que o Brasil esteve à beira do socialismo durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, bem como os ataques que fez a Cuba e à Venezuela.
Bolsonaro passou ao lado da agenda e das preocupações do mundo e foi fazer propaganda ideológica, tendo sido duramente criticado por ter levado para Nova Iorque alguns temas da política interna brasileira como a corrupção e a criminalidade, mas também pelas insinuações que fez aos estrangeiros que defendem os índios e o meio ambiente que, segundo disse, apenas o fazem como pretexto para cobiçar as riquezas da Amazónia.
O Brasil é um dos maiores países do mundo e é aproximadamente 96 vezes maior do que Portugal, mas o Jair perdeu uma oportunidade para readquirir e elevar o estatuto de prestígio que o país merece no seio da comunidade internacional. O Jair, enquanto inquilino do Palácio do Planalto, deveria ser um exemplo para o progresso do Brasil, mas manifestamente não é capaz.

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