quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Renasce a luta política na Catalunha

No dia 1 de Outubro de 2017 realizou-se o referendo de independência da Catalunha, conhecido na imprensa espanhola como o 1-O, que foi convocado pelo Governo Regional da Catalunha, mas que foi considerado ilegal pelo Governo e pelo Tribunal Constitucional de Espanha, com base num preceito da Constituição espanhola de 1978 que não permite qualquer votação relativa à independência de qualquer região espanhola. Nesse referendo que foi uma farsa não democrática pois apenas participaram 42% dos eleitores inscritos, o independentismo teve 92% dos votos que ninguém controlou, mas que os separatistas têm utilizado como bandeira.
Passaram-se dois anos e, a propósito da passagem desse acontecimento, houve comemorações e o actual presidente Quim Torra veio lembrar aquela data e recordar o espírito do 1-O, para afrontar os desafios do futuro e “avanzar sin excusas hacia la república catalana". 
No mesmo dia também decorreu uma manifestação independentista em que, segundo a Guardia Civil, participaram 18.000 pessoas, o que mostra algum grau de desmobilização.
Porém, a vida política na Catalunha parece estar a aquecer. Acontece que a sentença quanto ao chamado procés está para ser anunciada e há quem espere pesadas penas para os dirigentes independentistas, sobretudo os que estiveram mais ligados à preparação do referendo ilegal e à declaração de independência unilateral de 27 de Outubro de 2017, que foi lida por Carles Puigdemont, o então presidente da Generalitat. As forças políticas independentistas, sobretudo o Junts per Catalunya liderado por Carles Puigdemont (actualmente exilado na Bélgica), a Esquerra Republicana Catalana presidida por Oriol Junqueras (actualmente na prisão) e a CUP - Candidatura d’Unitat Popular, já vieram divulgar um manifesto em que afirmam não aceitar outra sentença que não seja a absolvição dos seus dirigentes e apelam desde já aos catalães para a desobediência civil e para darem uma resposta massiva, mas sem violência, à esperada decisão judicial.

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