sábado, 5 de outubro de 2019

R.I.P. Diogo Freitas do Amaral

Com 78 anos de idade e depois de uma vida com cerca de cinco décadas de intervenção pública, faleceu Diogo Freitas do Amaral e o Governo, muito justamente, decretou um dia de luto nacional para honrar a sua memória e o seu exemplo cívico, que foi reconhecido por gente de todos os quadrantes políticos e sociais.
Freitas do Amaral foi uma personalidade importante da Democracia portuguesa. Em 1967 completou o seu doutoramento em Ciências Jurídico-Políticas na Faculdade de Direito de Lisboa e, nesse mesmo ano, iniciou o cumprimento do serviço militar obrigatório na Marinha, como oficial da Reserva Naval. Na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974 foi o fundador e o primeiro presidente do CDS, tendo sido deputado à Assembleia Constituinte e, depois, deputado à Assembleia da República, havendo muita gente que lhe atribui o mérito de ter transformado a direita marcelista numa direita democrática. Fez parte dos governos da Aliança Democrática entre 1979 e 1983, tendo sido primeiro-ministro interino após a morte de Sá Carneiro. Em 1986 foi candidato à presidência da República com o apoio do CDS e do PSD, conseguiu obter 48,8% dos votos mas foi derrotado por Mário Soares. Mais tarde, integrou um governo socialista como ministro dos Negócios Estrangeiros. Foi, também, o único português que presidiu à Assembleia Geral das Nações Unidas, o que aconteceu em 1995-1996 na sua 50ª Sessão.
Hoje, Freitas do Amaral teve justas honras de Estado e muitas personalidades da política, da cultura e da academia prestaram-lhe a última homenagem, à qual me associo apesar de nunca lhe ter dado o meu voto. Porém, ninguém ficou indiferente à hipocrisia de alguns figurões que marcaram presença nas exéquias dos Jerónimos, com destaque para aquele que obrigou Freitas do Amaral a arcar sozinho com as dívidas da campanha eleitoral de 1986 (Cavaco) e para o outro que retirou a fotografia do fundador do CDS da sede do partido e que  a enviou para o Largo do Rato (Portas). Ambos estiveram nos Jerónimos. A hipocrisia destes dois figurões é inqualificável.

2 comentários:

  1. Até da morte há quem se tente aproveitar, procurando fazer dos outros parvos.

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  2. Maior hipocrisia ainda foi ver um deles a fazer, na TV, o elogio daquele que, de forma vergonhosa, tinha achincalhado em vida

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