domingo, 29 de novembro de 2020

A língua portuguesa é uma enorme janela

Vivemos num tempo em que estamos sob uma intensa pressão da esfera mediática, embora o paradigma – a rádio anuncia, a televisão mostra e os jornais explicam – continue a prevalecer, apesar da ameaça que vem constituindo o aparecimento da internet e das redes sociais. 
Porém, a confiança nos meios de comunicação ditos tradicionais está a ficar abalada. Como explicam as teorias do agenda-setting e da tematização, a lógica (económica e política) na escolha dos temas e na construção das notícias, tendem a impor-nos os temas em que devemos pensar. Procuram gerar os chamados efeitos cognitivos da comunicação de massa, que pretendem moldar a opinião pública e que nos enrolam naquilo a que se vem chamando a “espuma dos dias”, isto é, somos informados com ou sem verdade sobre aquilo que os mass media querem e não sobre aquilo que nos interessa. Vem isto a propósito do 18º Concurso de Eloquência em Língua Portuguesa que foi organizado pelo Departamento de Português da Universidade de Macau e que decorreu nas instalações da mesma universidade de Macau, que teve justificado destaque no jtmJornal Tribuna de Macau. O vencedor foi um jovem oriundo da Mongólia Interior que, ao ser entrevistado, declarou que a língua portuguesa é uma enorme janela para o mundo, o que não deixa de ser um grande elogio para a nossa língua. 
Macau é realmente um exemplo no que respeita à língua portuguesa que parece ter agora mais apoio do que no tempo da administração portuguesa. O que aqui se salienta é que estes temas que estão vivos lá longe, estão ausentes da nossa comunicação social. As questões da língua e da cultura estão cada vez mais afastadas da tematização da nossa comunicação social, que anda demasiado ocupada com as coisas do futebol e com outros assuntos menores.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

R.I.P. Diego Armando Maradona

O famoso futebolista argentino Diego Armando Maradona morreu ontem em Buenos Aires aos 60 anos de idade, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória e quando estava a recuperar de uma operação a que foi sujeito a um coágulo no cérebro. Hoje, a morte de Maradona é notícia em toda a imprensa mundial, com a sua fotografia publicada num incontável número de periódicos mundiais. 
A Argentina está de luto nacional durante três dias pelo futebolista que era considerado um génio ou mesmo um Deus, enquanto todo o mundo presta homenagem ao talento futebolístico daquele que, por vezes, tem sido considerado o melhor jogador da história do futebol. Jogou no Boca Juniors, no Barcelona e no Nápoles, mas o seu momento de maior glória terá sido no Mundial de 1986 no México, no jogo dos quartos-de-final contra a Inglaterra, em que marcou dois golos que eliminaram os ingleses e ficaram famosos. O primeiro foi marcado com a mão, ou “a meias com o divino”, ou ainda, com “a mão de Deus”, tendo suscitado uma polémica que nunca foi esquecida; o segundo resultou de uma arrancada fulgurante em que Maradona ultrapassou vários adversários até ao vitorioso remate final, o qual veio a ser considerado o “golo do século” numa votação realizada pela FIFA em 2002. Porém, a par do seu talento futebolístico, Diego Maradona teve também uma vida de excessos, em que o álcool e a droga estiveram presentes e lhe fragilizaram a saúde. 
Numa sua autobiografia intitulada Eu sou El Diego, cuja tradução foi publicada em Lisboa em 2001, ele próprio trata desse assunto: 

- A mim, a droga tornou-me pior jogador, não melhor. Têm noção do jogador que teria sido se não tivesse seguido os caminhos da droga? Teria sido durante muitos, muitos anos, aquele que fui no México. Foi o meu momento de maior felicidade em cima de um relvado”. 

Como antes se referiu, a morte de Maradona é notícia em toda a imprensa mundial e a sua fotografia aparece num incontável número de periódicos, mas na ilustração deste texto nós optamos pela capa da revista hondurenha diez que nos parece uma das mais sugestivas de todas. 
R.I.P.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O Donald perde e a transição vai começar

Alguns jornais de referência americanos destacam hoje que começou a transição da administração de Donald Trump para a administração de Joe Biden e essa é a notícia de primeira página do The New York Times. Para além das notícias relativas à euforia em torno das vacinas que nos vão proteger da epidemia do covid-19 e das notícias nacionais sobre a outra epidemia que nos assalta que é o futebol que se está a tornar na coisa mais importante da sociedade portuguesa, a grande notícia do dia é mesmo o início da transição das administrações nos Estados Unidos. 
A Administração dos Serviços Gerais dos Estados Unidos apurou que Joe Biden foi o vencedor das eleições de 3 de Novembro. As acusações televisivas com que o Donald procurou criar uma onda generalizada de apoio às suas mentiras não resultaram, assim como as impugnações de resultados que tinha tentado por via judicial vieram a ser derrotadas na Pensilvânia e na Geórgia e, agora, no Michigan. Depois de derrotado nas urnas, o Donald está a ser derrotado em todas as instâncias judiciais e, perante essas evidências, deu finalmente instruções para que a sua equipa iniciasse o processo de transição, embora continue a considerar fraudulentos os resultados que o derrotaram. Com esta decisão foi aberta a porta para que Joe Biden possa aceder às agências e fundos federais necessários para constituir a administração que, a partir de 20 de Janeiro e durante quatro anos, vai governar os Estados Unidos. 
Já muito foi dito sobre a personalidade assimétrica daquele que durante quatro anos dirigiu os Estados Unidos e a forma desprestigiante como conduziu a política externa americana. Os americanos rejeitaram o Donald, mas o mundo também estava farto dele. Faltam menos de dois meses para que o mundo possa voltar a olhar os Estados Unidos com mais confiança, com mais vontade de cooperação e com mais respeito.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

A “cunha” é uma instituição nacional

A revista Sábado inclui na sua última edição uma interessante e bem documentada reportagem assinada por Marco Alves sobre a rede de cunhas e favores de Salazar que, como é sabido, foi o “dono disto tudo” durante a vigência do regime do Estado Novo (1926-1974). Os mais desatentos poderão pensar que a cunha foi um pecado criado pelo salazarismo, mas há que lembrar que a cunha é uma instituição nacional que, embora tenha florescido com Salazar e o seu regime, sempre foi uma marca poderosa da nossa sociedade e da nossa história. Porém, a reportagem da revista é sobre as cunhas no tempo de Salazar e o seu autor escreveu: 

Os pobres pediam-lhe dinheiro, mas as elites (médicos, engenheiros, deputados, juízes, militares, empresários, padres e condes) queriam colocações em bancos, aumentos, cargos e comendas. 

Durante 36 anos o ditador acedeu a centenas de cunhas. Os mais velhos recordam-se bem dessa realidade e das voltas que era preciso dar para ser servidor do Estado pois, como refere o historiador Fernando Rosas, o Estado Novo vivia assente numa pirâmide de cunhas de que Salazar era o topo. 
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” escreveu Camões no século XVI, mas depois de Salazar mudaram-se os tempos, mudaram-se muitas vontades, mas a cunha continuou, embora “tomando sempre novas qualidades”. Hoje já não se mandam cartões ou se escrevem cartas a Salazar, nem aos dignitários do Estado Novo. Hoje usa-se o cartão partidário e outras redes de relações muito diversas, com as quais se alimentam teias de interesses, se arranjam empregos, se obtém diplomas, se assinam contratos, se forjam carreiras e se progride na vida. O mérito parece ser, cada vez mais, um aspecto secundário. Como se costuma dizer, o que é preciso é ter um bom padrinho.
Portanto, o meu desejo é que o autor Marco Alves possa agora estudar a rede de cunhas e favores dos tempos pós-Salazar, para que os seus leitores possam ver quão importante têm sido para construir carreiras de esferovite e ajudar carreiristas, preguiçosos, atrevidos e outros oportunistas. Será um grande serviço à comunidade e ao esclarecimento público, mas também a possibilidade de vermos como funciona uma boa parte da nossa sociedade.

domingo, 22 de novembro de 2020

A teimosia mentirosa de um incendiário

A edição de hoje do jornal novaiorquino Daily News dedica a sua capa a Donald Trump e, quase três semanas depois das eleições, retrata-o como um incendiário que continua a ignorar a calamidade que é a pandemia do covid-19, que afasta aqueles que dele discordam e que mostra “espasmos de raiva” por ter perdido as eleições. Acontece que Trump sempre disse que Joe Biden e os Democratas só venceriam as eleições pela fraude e na noite eleitoral, muito antes de serem conhecidos os resultados, já o Donald punha em prática o seu maquiavélico plano ao declarar vitória e, pouco depois, ao denunciar fraudes sem quaisquer evidências ou provas. As contestações começaram na esfera mediática com teorias da conspiração, boatos sobre fraudes e pressões sobre juízes e políticos, passando depois para a esfera judicial, onde as teses enunciadas pelo Donald e pelo seu advogado Rudy Giuliani têm sido rejeitadas, ao mesmo tempo que as recontagens de votos têm sido favoráveis a Joe Biden. 
O comportamento irresponsável e mentiroso do Donald tem divertido o mundo, que não compreende a sua teimosia em não reconhecer a derrota e a vitória de Joe Biden, o que vai contra a tradição americana. Donald e a sua equipa sabem que perderam nas urnas, mas construíram uma farsa desonesta e mentirosa que está a fragilizar os Estados Unidos, apenas porque não aceitam o princípio democrático da alternância do poder e da soberania do voto popular. Alguns especialistas pensam que a recusa do Donald em reconhecer a vitória da dupla Joe Biden-Kamala Harris é uma táctica para manter a sua base eleitoral activa e mobilizada, possivelmente para criar no seu partido a ideia de voltar a ser escolhido para concorrer às eleições presidenciais de 2024. Porém, com este espectáculo que já é demasiado ridículo, o Donald vai certamente perder adeptos todos os dias e, provavelmente, vai ser esquecido ou passará a figura secundária da política americana. 
O facto é que ninguém imaginava que as eleições americanas fizessem correr tanta tinta.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A cultura voltou às manchetes dos media

Quando meio mundo anda atordoado com a crise pandémica e com a eficácia das vacinas, há outro meio mundo que olha incrédulo para o que se passa nos Estados Unidos com o comportamento impróprio e indecente de Donald Trump. 
No meio dessa avalanche de preocupações, a cidade de Bilbau e o seu Museo Guggenheim decidiram promover uma grande exposição sobre a obra de Vasily Kandinsky (1866-1944), um artista russo que foi um dos pioneiros da abstracção na pintura. 
A exposição foi inaugurada hoje e vai manter-se até ao dia 23 de Maio, mostrando 62 das 152 obras que constituem a colecção de Kadinsky que a Fundação Solomon R. Guggenheim possui em Nova Iorque. O percurso do artista passou por Moscovo, Munique e Paris, tendo sido decisivo na sua carreira o apoio que teve do industrial Solomon R. Guggenheim que desde 1929 começou a coleccionar a sua obra, que depois doou à Fundação que constituiu em Nova Iorque em 1937. 
A notícia da inauguração desta exposição foi destacada pela imprensa basca como um importante evento cultural, nomeadamente no jornal El Correo de Bilbau, para o qual o director do museu declarou em entrevista que, apesar das visitas serem limitadas devido ao contexto pandémico que atravessamos, espera com confiança que esta situação seja ultrapassada. 
O que aqui se destaca é que, depois de tanto tempo com notícias decepcionantes, a cultura voltou às manchetes dos mass media, onde uma iniciativa cultural aparece destacada na primeira página dos jornais generalistas, coisa que não se via há muito tempo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A pandemia, as vacinas e as incertezas

A pandemia do covid-19 está muito activa em todo o mundo e esta segunda onda que estamos a atravessar, está a bater todos os máximos no que respeita ao número de novos infectados e de óbitos. 
A situação é preocupante e as medidas tomadas ameaçam a vida, penalizam a economia e afectam a saúde mental das pessoas. No caso português, o ambiente está turvo e tenso. Não só pela realidade objectiva, mas também pela ignorância de dezenas de opinion makers que nos massacram todos os dias com comentários e interpretações sobre o que nos espera, uns mais optimistas e outros bem pessimistas, mas quase todos sem fundamentação credível e com evidentes objectivos políticos. 
De repente uma empresa germano-americana anunciou que vinha aí uma vacina cuja eficácia era de 90%, mas logo uma outra empresa russa informou que também tinha uma vacina com 92% de eficácia, a que se seguiu outra empresa americana ainda com mais eficácia: 94.5%. Vai daí, a primeira empresa corrigiu e veio afirmar que a eficácia da sua vacina afinal é de 95% e não de 90% como anunciara alguns dias antes. Os chineses não quiseram perder tempo e já vieram dizer ao mundo que a eficácia da sua vacina é de 97%! Até onde chegaremos nesta corrida pela eficácia da vacina? Das várias dezenas de vacinas que se encontram actualmente em ensaios clínicos, haverá mais de uma dezena que já estão na sua fase final, não havendo dúvidas que todos esses laboratórios estão envolvidos em campanhas de marketing à escala planetária e, por isso, temos algumas razões para estar algo confiantes, mas também temos razões para desconfiar destas eficácias todas. 
Assim, quando olhamos para o mapa de Portugal que o jornal Público ontem publicou, não podemos deixar de ficar assustados com a dimensão da pandemia que nos afecta e, se cruzarmos essa informação geográfica e sanitária com as incertezas que ainda pairam sobre a chegada e a eficácia das vacinas, o nosso optimismo terá que ser muito moderado. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Lewis Hamilton no topo da Fórmula 1

O piloto britânico Lewis Hamilton triunfou ontem no Grande Prémio da Turquia e, aos 35 anos de idade, sagrou-se campeão mundial de Fórmula 1 pela sétima vez, o que iguala as setes vitórias conseguidas pelo piloto alemão Michael Schumacher. 
Hamilton iniciou a sua carreira na Fórmula 1 em 2007 e tornou-se campeão mundial no ano seguinte. Disputou até agora 263 provas correndo pela McLaren e depois pela Mercedes, tendo ganho o título mundial mais seis vezes e tornando-se o recordista de quase tudo na Fórmula 1, incluindo o maior número de vitórias em Grandes Prémios (94), o maior número de pole positions (97) e o maior número de pódios (162).
Hoje é homenageado pelo jornal francês L’Équipe e é considerado um dos maiores pilotos de todos os tempos, figurando no topo de uma galeria onde, além de Michael Schumacher, se encontram Juan Manuel Fangio, Alain Prost, Sebastian Vettel, Jackie Stewart, Niki Lauda, Nelson Piquet, Ayrton Senna e outros grandes nomes da Formula 1. 
O campeonato do mundo de Formula 1 disputa-se desde 1950 e apenas quatro pilotos portugueses tiveram acesso àquela prova, respectivamente Mário Araújo Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro, tendo este subido ao pódio uma única vez em 2005 quando obteve o 3º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos, embora num contexto de elevado número de desistências. No entanto, o que aqui se regista é apenas a consagração de Lewis Hamilton que passou a figurar na galeria dos grandes nomes do desporto mundial.

domingo, 15 de novembro de 2020

O regresso da guerra ao Saara Ocidental

O jornal El Día que se publica na cidade de Tenerife, anuncia hoje que o estado de guerra voltou ao Saara Ocidental, isto é, voltou a um território que dista cerca de cem quilómetros das ilhas Canárias e, portanto, fica situado às portas da União Europeia. O Saara Ocidental é uma antiga colónia espanhola situada na costa africana a sul de Marrocos, ocupa uma área territorial de cerca de 266 mil km2 de superfície, ou seja, é cerca de três vezes maior do que Portugal e estima-se que tenha menos de 500 mil habitantes, na sua maioria nómadas, islamizados e não alfabetizados. O seu território é árido e quase desértico, mas tem cerca de mil quilómetros de costa, além de um mar territorial e uma zona económica exclusiva que são muito apetitosos economicamente. 
No ano de 1975, quando se estava no auge das descolonizações tardias, a Espanha abandonou aquele território que, por acordo, veio a ser ocupado por Marrocos (dois terços) e pela Mauritânia (um terço). Porém, invocando a representatividade da população, em 1976 a Frente Polisário declarou a independência do território com o nome de República Árabe Saaraui Democrática (RASD), que foi reconhecida por mais de cinquenta países. A partir de então, a Frente Polisário ou o governo da RASD instalado no seu exílio argelino, iniciaram uma guerra contra os dois países ocupantes. A Mauritânia foi derrotada e desistiu das suas pretensões, mas a guerra com Marrocos continuou com dureza até que, por intervenção da ONU, em 1991 se chegou a um cessar-fogo e a um acordo para a realização de um referendo que nunca se realizou. 
Este prolongado cessar-fogo que dura há 29 anos não tem agradado à Frente Polisário que por várias vezes ameaçou retomar a guerra contra Marrocos. O pretexto surgiu no dia 21 de Outubro junto do posto de Guerguerat, na fronteira do Saara Ocidental com a Mauritânia, quando activistas saarauis bloquearam uma estrada e foram atacados pelo exército marroquino, o que levou a Frente Polisário a anunciar que a trégua que vigorava desde 1991 chegara ao fim. Durante o tempo de guerra de 1976 a 1991 terão morrido 7000 soldados marroquinos e 2000 soldados mauritanos, enquanto da parte saaraui se estima que tenham morrido entre um e quatro milhares de combatentes.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

E de repente, a luz ao fundo do túnel

As grandes revistas internacionais têm andado envolvidas no noticiário sobre as eleições americanas, mas na sua mais recente edição a revista The Economist destaca os esforços em curso para conseguir uma vacina eficaz contra o covid-19 e diz que, de repente, chegou a esperança. Isto acontece quando a pandemia está a atingir as maiores proporções de sempre e quando o número de casos no mundo atinge 52 milhões de pessoas e o número de mortos se aproxima de um milhão e trezentos mil. 
Diz a revista que decorreram nove longos anos desde o isolamento do vírus do sarampo em 1954 até ao licenciamento de uma vacina e que o mundo esperou vinte anos entre os primeiros testes de uma vacina contra a poliomielite e a primeira licença americana em 1955. Por isso, The Economist considera uma maravilha a forma como os cientistas mundiais estão a caminho de produzir uma vacina eficaz contra o sars-cov-2, o vírus que causa o covid -19. Em menos de um ano! A notícia causou uma onda de optimismo e de esperança no mundo, porque de facto se vê uma luz ao fundo do túnel. Porém, até ao momento não foi aprovada a comercialização de nenhuma das 163 vacinas em desenvolvimento para o combate ao covid-19 e, por vezes, até é referido que são 175 vacinas que estão em fase experimental. 
A vacina desenvolvida pela BioNTech que foi anunciada com uma taxa de sucesso de 90% e que a Pfizer vai fabricar e distribuir, parece ter-se antecipado nesta corrida e a União Europeia anunciou a encomenda de 300 milhões de doses. Porém, três dias depois, a Rússia anunciou que a sua vacina a que chamou Sputnik, tem uma taxa de sucesso de 92%, enquanto se espera a divulgação dos resultados clínicos que estão em curso com algumas das outras vacinas. 
Há, portanto, uma luz ao fundo do túnel, mas mais do que uma guerra da Ciência para descobrir a forma de vencer o covid-19, parece que estamos perante uma guerra comercial entre as grandes multinacionais ou as grandes potências económicas e científicas.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

United or Divided States of America?

Aqui temos, numa versão mais atrevida da imprensa mundial, mais uma crítica às irresponsáveis teimosias de Donald Trump e à destabilização política e social que o seu doentio egoísmo está a provocar no país. Já não é o Donald barricado na Casa Branca (Der Spiegel), ou o Donald pronto a lançar um cocktail Molotov (Gazeta Wyborcza) ou o Donald a exibir a sua infantilidade com uma chupeta na boca (The West Australian), mas agora é uma mensagem que denuncia a profunda divisão que o Donald está a fomentar na América, ao não aceitar a sua derrota eleitoral e ao impedir que se comece a preparar a transição da sua administração para a administração Biden. 
Como bem disse Joe Biden, o tempo agora é para unir todos os americanos e para sarar as feridas causadas pelo passado e pela campanha eleitoral, nomeadamente em relação à pandemia que Trump desvalorizou e sobre a qual mentiu aos americanos a respeito da perigosidade da doença e da descoberta de uma vacina. Muitos comentadores atribuem à insensibilidade e à fanfarronice de Donald Trump uma parte da responsabilidade por essa chaga social que são mais de 240 mil mortos e mais de dez milhões de infectados por covid-19
Hoje, o jornal Tehran Times destaca em primeira página uma imagem de um puzzle do mapa dos Estados Unidos com 50 peças e a que deu o título Divided States of AmericaEsta manchete - criada no país dos ayatollas, que são aqueles que têm conhecimento, discernimento e descendem directamente de Maomé - é uma das mais imaginativas manchetes criadas pelo jornalismo internacional a propósito das eleições americanas.

O vírus covid-19 e a descoberta da vacina

Ontem, segundo o The Daily Telegraph, foi um grande dia para a ciência e para a humanidade! A parceria entre a farmacêutica americana Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia BioNTech anunciou, depois da realização de testes de ensaio em 43 mil pessoas, que a vacina que desenvolveram garantiu a protecção de 90% dos voluntários que se submeteram aos testes sem gerar efeitos secundários severos e que apenas 10% desses voluntários contraíram o vírus. Os testes e os ensaios clínicos desta vacina vão continuar, mas uma onda de optimismo já percorreu o mundo, embora os especialistas aconselhem um optimismo moderado e deixem no ar imensas interrogações quanto à eficácia da nova vacina sobre os grupos de risco e sobre a duração da protecção que garante. Porém, sendo certo que a notícia ontem divulgada possa parecer prematura e visar efeitos publicitários por antecipação, também constituiu um forte sinal de esperança que entusiasmou os mass media de todo o mundo e provocou um significativo salto nas bolsas mundiais. 
A descoberta de uma vacina contra o vírus covid-19 é um desafio à escala mundial e a parceria Pfizer/BioNTech está em competição com outros laboratórios numa corrida em que o sentido humanitário e o resultado científico se confundem com a oportunidade do negócio, pois a aquisição de vacinas representa a arrecadação de muito dinheiro. São muitas as candidaturas àquele bolo e, entre outras, são conhecidos os esforços da Oxford/AstraZeneca (Reino Unido), Johnson & Johnson (EUA), Moderna (Estados Unidos), Novavax (EUA), Sinovac (China), Sinopharm (China), Gamaleya Research Institute (Rússia), Murdoch Children’s Research Institute (Austrália), Bharat Biotech (Índia), além de muitos outros, havendo já muitos milhões de vacinas encomendadas a alguns destes laboratórios. 
Sim, foi um grande dia para a ciência e para a humanidade. Agora vê-se melhor a luz ao fundo do túnel, mas ainda haverá um caminho a percorrer durante alguns meses. 

O mundo ridiculariza a teimosia de Trump

As eleições americanas do passado dia 3 de Novembro terminaram e agora “it’s Joe time”, como hoje destaca o diário The West Australian, o centenário jornal que se publica em Perth, cuja capa ridiculariza Donald Trump, o candidato que perdeu as eleições presidenciais. A sua teimosia irresponsável em não aceitar os resultados por alegada fraude mas sem apresentar provas evidentes, perturba a transição política americana e preocupa o mundo, mostrando uma vez mais a sua inqualificável falta de decência e sentido democrático. 
O que está a acontecer e que tem o apoio mais ou menos explícito de vários comentadores portugueses que objectivamente estão ao serviço do trumpismo, não surpreende ninguém. Muita gente previu que o Donald iria fazer este número e o mais interessante foi, certamente, um depoimento de Bernie Sanders, um senador democrata que também foi candidato presidencial, que está disponível no You tube e se intitula “Bernie Sanders predicted 2020 Election weeks ago”. São 3.08 minutos imperdíveis e esclarecedores que denunciam a perversidade e malvadeza do Donald, que desmontam completamente a sua estratégia para se manter no poder e que Sanders previu: um prematuro e falso anúncio de vitória, seguido de denúncias de fraude e a exigência para que parasse a contagem dos votos recebidos pelo correio, pois ele sabia que esses votos lhe eram maioritariamente desfavoráveis. 
Os seus amigos jagunços que ameaçaram pegar em armas têm estado calados pois já terão percebido que o tempo do Donald acabou e que a sua maquiavélica estratégia vai morrer nos tribunais. A chupeta do Donald é bem o símbolo da sua teimosia infantil. O Donald parece estar cada vez mais só e a sua pequenez mostra que a grandeza da América precisava de outro líder.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Partiu a Vendée Globe – a grande regata

Partiu ontem do porto de Les Sables-d’Olonne, na costa atlântica francesa, mais uma edição da famosa regata Vendée Globe em que os participantes fazem a circum-navegação do planeta em monocascos com um comprimento máximo de 18,30 metros, em solitário, sem escala e sem assistência, passando obrigatoriamente pelos três cabos de referência do hemisfério sul – cabo da Boa Esperança, cabo Leeuwin e cabo Horn. 
A regata disputa-se de quatro em quatro anos desde 1989 e até agora foi completada por menos de cem navegadores, o que mostra a sua extrema dureza e faz dela a mais perigosa a regata do mundo. É um desafio único no panorama do desporto náutico. Ontem partiram de Les Sables-d’Olonne os 33 participantes, dos quais 18 estreantes e seis mulheres, sendo de nove diferentes nacionalidades, mas dos quais 23 são franceses! Espera-se que sejam percorridas 21.638 milhas e a chegada está prevista para Janeiro de 2021, havendo fortes espectativas de que o actual record de 74 dias, 3 horas, 35 minutos e 46 segundos, que foi conseguido na última edição da prova pelo navegador francês Armel Le Cléac’h, possa ser batido. 
O favorito para a corrida em curso chama-se Alex Thomson e é britânico, tendo sido o segundo classificado na última edição da prova, mas esta é a sua quinta participação na Vendée GlobeOs jornais da Bretanha e em especial Le Télégramme destacaram a largada dos 33 navegadores para a mais perigosa regata do mundo.

Joe Biden e o renascimento da América

Confirma-se a vitória de Joe Biden nas eleições americanas e o mundo parece estar a respirar de alívio, ao mesmo tempo que se sucedem as mensagens de felicitações de Angela Merkel, de Boris Johnson, de Emmanuel Macron, de Ursula von der Leyden, de Justin Trudeau, mas também de Bill Clinton, Barack Obama e até de George W. Bush. Enquanto Joe Biden e a sua vice-presidente Kamala Harris anunciam o propósito de unir a América e sarar as feridas divisionistas criadas pela administração que agora foi derrotada, verificamos que Donald Trump continua barricado na sua teimosia e a reclamar uma fraude eleitoral sem que dela haja evidências, procurando desacreditar um sistema de que ele próprio é o primeiro responsável, enquanto presidente e garante dos princípios constitucionais. Aparentemente o Donald está a ficar cada dia mais isolado, sem o apoio da sua própria família, mas também sem o apoio de uma boa parte do Partido Republicano e dos mass media, que se juntaram à mensagem pacificadora de Biden-Harris, a dupla que o mundo e a América já reconheceram como a nova liderança dos Estados Unidos. Os seus discursos de vitória pronunciados em Wilmington, no estado do Delaware, apelaram com firmeza à unidade e à pacificação nacionais, a uma maior igualdade racial, a uma nova decência na vida política e ao imediato ataque à pandemia que tem afectado o país, tendo sido escutados com entusiasmo e esperança pelos americanos. 
Muitas das mais controversas decisões de Donald Trump deverão ser revertidas e assim é de esperar o regresso americano ao Acordo de Paris, à UNESCO e à Organização Mundial de Saúde, bem como uma aproximação cooperante com a Europa. Os Estados Unidos tinham-se afastado do mundo e o seu presidente humilhava o país com o seu exemplo de ignorância, de fanatismo e de mentira. Trump envergonhou a América e ainda conseguiu enganar 70 milhões de eleitores americanos. O mundo inteiro espera que Joe Biden seja o rosto da renascida América.

sábado, 7 de novembro de 2020

Donald Trump ou o incendiário americano

No meio do reconhecimento internacional da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais americanas, a situação política e social que se desenha nos Estados Unidos é deveras preocupante, como alguma imprensa vem alertando. Hoje, alguns periódicos utilizaram o princípio de que uma imagem vale mais que mil palavras, para transmitir essa ideia aos seus leitores, através das ilustrações ou das fotomontagens que escolheram para as suas primeiras páginas. 
A revista alemã Der Spiegel utilizou uma ilustração para mostrar um Donald Trump barricado na Casa Branca e armado de caçadeira, para impedir que possa ser desalojado como se o seu lugar fosse eterno, enquanto o jornal polaco Gazeta Wyborcza utilizou uma fotomontagem com o título “incendiário”, para exibir um Donald que esconde um cocktail Molotov atrás das costas, que já tem o pavio a arder e que está pronto a ser lançado. Num caso evidencia-se a obstinação do Donald para se manter na Casa Branca e, no outro, a intenção de utilizar grupos paramilitares armados ou não, para lançar a desordem ou a guerrilha nas cidades americanas. 
Estes dois exemplos mostram como está a ser interpretada a teimosia de Donald Trump e dos seus apoiantes para aceitar os resultados eleitorais. A América deve estar a respirar por se ver livre de quatro anos de mentiras e de quatro anos em que a imagem externa dos Estados Unidos se degradou, embora se possa perguntar como foi possível que o Donald conseguisse 70 milhões de votos. 
Porém, o mais natural é que os ânimos se vão acalmando com o passar do tempo e que venha a prevalecer o bom senso dos republicanos, do Donald e dos seus apoiantes.

Donald Trump barricado na Casa Branca?

A generalidade da imprensa mundial anuncia hoje sem reservas que Joe Biden ganhou as eleições presidenciais americanas, mas há alguns jornais que preferem destacar a desesperada luta de Donald Trump para se manter na Casa Branca, ao não reconhecer a sua derrota e ao insistir na sua tese de que todo o processo eleitoral foi fraudulento. Ninguém acredita naquele mentiroso que está desacreditado no mundo. A Europa olha incrédula para o que se está a passar nos Estados Unidos. 
Muitos observadores tinham previsto esta situação e é sem surpresa que os resultados eleitorais vão passar por uma dura batalha jurídica, pelo que serão os tribunais que irão avaliar e decidir quem ganhou as eleições. Porém, o mundo e os americanos já não têm dúvidas sobre quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. 
Hoje, a revista alemã Der Spiegel apresenta a sua capa com uma sugestiva ilustração em que o Donald está barricado e de caçadeira em punho a defender a “sua” Casa Branca, podendo ver-se vários impactos de bala na janela em que está Joe Biden, enquanto o título e o subtítulo escolhidos - que traduzimos com a ajuda de Mr. Google - é “o ocupante” e “a batalha suja de Trump pelo escritório oval”. Donald Trump foi derrotado pela sua arrogância, ignorância, autoritarismo e pela sua actuação antidemocrática, mas está demasiado agarrado ao poder e na sua obstinação parece que não hesitará em “incendiar” a América. Os riscos de instabilidade são enormes. No entanto, se as instituições americanas funcionarem, ele não só será posto na rua, como acabarão por lhe pedir responsabilidades pela forma como utilizou a presidência em proveito pessoal e da sua família. Esse é o enorme desafio com que estão confrontados os americanos. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O Donald vai ter de deixar a Casa Branca

Já passaram mais de dois dias desde que encerraram as urnas nos Estados Unidos e ainda não são conhecidos os resultados eleitorais definitivos, devido à demora no apuramento de cerca de cem milhões de votos que foram recebidos pelo correio. Desde há muitas horas que as televisões continuam a informar que Joe Biden tem 253 delegados eleitos e que Donald Trump tem 213, acrescentando que tudo ainda pode acontecer e que o resultado final depende do que se passar em quatro estados tornados decisivos, mas enquanto no Arizona e no Nevada a tendência era pró-Biden, na Georgia e na Pennsylvania a tendência era pró-Trump. Porém, nas últimas horas as contagens nestes quatro estados viraram a favor de Joe Biden e, por isso, parece que ele vai ser o vencedor das eleições e se encaminha para ser o 46º presidente dos Estados Unidos. 
Esta manhã, a generalidade da imprensa internacional já apontava Biden como o provável vencedor das eleições, mas o jornal brasileiro Tribuna da Bahia escolheu o mais sugestivo título de primeira página que encontrei: Biden com um pé na Casa Branca, mas Trump não quer deixar ele entrar. De facto, assim é. O Donald está mesmo agarrado ao poder e começou por se declarar vencedor quando a contagem dos votos ainda ia a meio, depois exigiu que fosse terminada a contagem dos votos enviados pelo correio e, ontem, veio declarar sem quaisquer provas ou evidências, que as eleições foram fraudulentas, como se os Estados Unidos e cada um dos seus estados fossem repúblicas das bananas. 
O Donald tem muito mau perder e os seus jagunços, que foram preparados durante a campanha eleitoral, começaram a aparecer para criar um ambiente de intimidação, de medo ou mesmo de violência, que favoreça as suas intenções de se manter no poder de forma não democrática. O comportamento do presidente dos Estados Unidos é indigno e é humilhante para o povo americano. Com os resultados que estão à vista, nenhuma instância judicial vai dar ouvidos às mentiras e às injúrias do Donald e ele vai mesmo ter que abandonar a Casa Branca. 
O mundo vai respirar melhor.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Eleições americanas: Donald Trumped?

Nas últimas horas temos estado em frente da televisão fazendo zapping com insistência para tentar perceber em que sentido se encaminhava o resultado das eleições americanas, mas a dúvida persiste e parece que vai continuar. Esta demora resulta da inesperada afluência de votos antecipados que foram enviados por via postal, mas não deixa de ser curioso que isso aconteça no país mais moderno do mundo. 
Apesar das coisas se encaminharem para uma vitória tangencial de Joe Biden, o facto é que o Donald tratou de anunciar vitória quando a contagem dos votos mal tinha começado, que acusou os democratas de fraude e que exige recontagem de votos em vários estados. Nada disso é inesperado e, portanto, vem aí uma demorada e complexa batalha jurídica e judicial. A América está suspensa dos resultados eleitorais, mas também há muita gente fora dos Estados Unidos que está impaciente, sobretudo os que gostariam de ver o Donald fora da Casa Branca pela forma arrogante e grosseira como desprestigiou o seu país que, goste-se ou não, é o farol que ilumina o mundo da ciência, da tecnologia e até da cultura em todo o nosso planeta. 
O Donald ainda não perdeu mas, sem surpresa, revela o seu mau perder e a sua completa falta de princípios democráticos. As eleições americanas interessam a todo o mundo e hoje são notícia de primeira página na imprensa mundial, anunciando que Joe Biden parece estar a um passo da vitória, mas outros jornais preferem afirmar que Donald Trump está a um passo da derrota. É o caso do londrino Daily Mail, cuja capa escolhemos para ilustrar este comentário.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

God bless America!

Depois de uma campanha eleitoral muito agressiva, Donald Trump de 74 anos e Joe Biden de 77 anos, vão hoje disputar o voto de cerca de 250 milhões de eleitores americanos, embora quase 100 milhões de eleitores já tenham votado por antecipação. 
Se analisarmos o que se passou em 2016 em que votaram 138 milhões de americanos, correspondentes a cerca de 55% do eleitorado, facilmente concluímos que as eleições de 2020 vão ser uma das mais concorridas da história dos Estados Unidos. Já tudo está escrito e já tudo foi dito sobre estas eleições, são bem conhecidos os argumentos de cada candidato e são conhecidas as sondagens, mas o resultado é imprevisível. 
Há sérias preocupações quanto ao que possa acontecer esta noite, sobretudo porque o candidato Donald Trump ameaçou repetidamente que não aceitará outro resultado que não seja a sua reeleição, o que representa um grande desafio para as instituições democráticas americanas, mas também para cada um dos estados federados que têm poderes constitucionais próprios e que, actualmente, têm 33 governadores republicanos e 17 governadores democratas, muitos dos quais não aceitarão os golpes do Donald. De acordo com o que tem sido relatado, Donald Trump prepara-se para antecipar uma declaração de vitória com o objectivo de desencadear uma agressiva onda de euforia nos seus apoiantes e abrir um espaço de contestação a qualquer resultado que não seja a sua vitória. Pelo que vamos vendo e ouvindo diariamente nas televisões, o fulano é capaz de tudo. O radical-trumpismo está realmente a perturbar a sociedade americana e, por isso, é caso para dizer: God bless America!

domingo, 1 de novembro de 2020

R.I.P. Sean Connery

Sir Sean Connery faleceu ontem com 90 anos de idade na sua casa em Nassau, nas Bahamas, tendo essa notícia sido dada por muitos jornais de vários países com destaque de primeira página, o que revela como era popular este actor escocês que participou em cerca de sete dezenas de filmes, alguns deles de grande sucesso. A sua vida foi muito diversificada e antes de se tornar famoso como actor serviu na Royal Navy, mas foram os seis filmes em que interpretou James Bond, o agente secreto 007 do do MI6 britânico, criado por Ian Fleming, que o tornou conhecido internacionalmente. 
From Russia with love, Goldfinger, Só se vive duas vezes ou Os diamantes são eternos são alguns dos filmes que tornaram a figura  de James Bond conhecida em todo o mundo, mas também o actor que o interpretou. Hoje o jornal The Herald que se publica em Glasgow, presta uma grande homenagem a Sean Connery, a quem chama superstar e a quem agradece por ter colocado a Escócia no mapa global. 
Era um bom escocês, tendo militado e financiado o Partido Nacionalista Escocês e sempre defendeu a independência da Escócia mas, apesar disso, no ano de 2000 foi agraciado pela Rainha Isabel II com o título de SirOs filmes mostrando a eficácia operacional e sentimental do agente 007 entusiasmaram a minha geração e continuarão a entusiasmar o público e, por isso, também a imagem do grande actor que foi Sean Connery ficará na memória de quem goste de cinema.