segunda-feira, 13 de maio de 2024

O independentismo catalão foi derrotado

A actividade política e as eleições na Catalunha são acontecimentos que nos interessam por razões de proximidade geográfica e de coesão ibérica. Numa altura em que há algumas tensões na velha Europa e em que não se vislumbra quem possa arrumar a casa e liderar a sua caminhada para o futuro com harmonia e progresso, a estabilidade ibérica é um elemento importante. 
Depois de catorze anos em que o independentismo ameaçou a comunidade autónoma da Catalunha e a unidade espanhola, o Partido dos Socialistas da Catalunha de Salvador Illa venceu as eleições de ontem com 27,9% dos votos e passou de 33 para 42 dos 135 deputados, com expressivas vitórias nas províncias de Barcelona e Tarragona, enquanto o conjunto dos partidos independentistas apenas elegeu 59 deputados, embora tivesse sido maioritário nas províncias de Lérida e Girona.
Foi a primeira vez que o Partido dos Socialistas da Catalunha venceu uma eleição, tanto em número de votos como em número de deputados eleitos, o que também reforça o poder de Pedro Sanchéz que é muito próximo de Salvador Illa. O jornal La Razón escolheu como manchete a frase “Derrota do independentismo”, enquanto o jornal El País diz que “el triunfo de Illa entierra el ‘procés’ e o ABC escolheu o título “Cataluña castiga el independentismo”, o que parece mostrar alguma unanimidade quanto à interpretação dos resultados eleitorais. Aparentemente, os catalães cansaram-se da instabilidade social gerada pelas lutas independentistas e perceberam que a União Europeia não apoiava o soberanismo catalão. Porém, a estabilidade política da Catalunha ainda vai depender dos acordos que o partido mais votado consiga fazer para poder governar.