segunda-feira, 7 de julho de 2025

Pamplona e as Fiestas de San Fermin

Começaram ontem em Pamplona, na região autónoma de Navarra, e vão decorrer até ao dia 14 de Julho, as Fiestas de San Fermin ou Sanfermines, que são uma das mais animadas e mais afamadas festas espanholas, pois atraem centenas de milhares de visitantes.
As Sanfermines têm origem muito antiga, mas a sua fama surgiu através da obra do escritor americano Ernest Hemingway e do seu livro The Sun Also Rises, traduzido em Portugal como Fiesta. As festas iniciaram-se ontem com o lançamento de fogo-de-artifício, ou chupinazo, lançado da sacada do palácio governamental e terminam à meia-noite do dia 14 de Julho. Entre os dias 7 e o dia 14 decorrem, todos os dias às 8 horas da manhã, os famosos encierros, isto é, largadas de touros que percorrem três ruas do centro histórico de Pamplona, na distância de 849 metros, que normalmente duram três a quatro minutos e, quase sempre, provocam acidentes mais ou menos graves no público que a eles assiste. Dizem as crónicas que, entre 1922 e 2009, morreram 15 pessoas nos encierros das Sanfermines.
A intensa mediatização internacional das Sanfermines atrai manifestações diversas, que procuram afirmar as suas mensagens na fiesta, enquanto plataforma comunicacional de excelência. Assim aconteceu ontem, quando a organização homenageou o povo da Palestina, enquanto um grupo de activistas protestou contra as touradas durante as festividades.
Porém, como mostra a edição de hoje do Diario de Navarra, as gentes de Pamplona gostam demasiado das suas Sanfermines.

R.I.P. Amadeu Garcia dos Santos

Na passada sexta-feira faleceu na sua casa em Lisboa, com 89 anos de idade, o General Amadeu Garcia dos Santos, um homem com fortes ligações ao movimento militar do 25 de Abril de 1974, a cujos ideais se manteve sempre ligado com absoluta coerência. 
Na operação libertadora que devolveu aos portugueses a Liberdade, a Democracia e a Paz, o então tenente-coronel do Exército Português tinha 38 anos de idade e era um dos mais graduados militares que, com grande coragem e patriotismo, estiveram no Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas, instalado num pavilhão do Regimento de Engenharia Nº 1, na Pontinha. Nessa medida, foi um dos mais determinantes militares que participaram na Operação Viragem Histórica, como responsável pela concepção e montagem das transmissões, uma área em que era perito por ser engenheiro, as quais asseguraram o sucesso das acções militares.
Após ter cumprido essa importante missão “regressou a casa”, mas as suas qualidades de inteligência e de competência “obrigaram-no” a aceitar os cargos de Chefe da Casa Militar do Presidente Eanes, de chefe do Estado-Maior do Exército e de presidente da Junta Autónoma de Estradas, onde o seu desempenho foi muito elogiado pela sua competência, coerência e frontalidade.
O general Garcia dos Santos foi um dedicado servidor da Democracia e dos ideais do 25 de Abril, que sempre defendeu com firmeza, designadamente como presidente da Assembleia Geral da Associação 25 de Abril, de que era sócio fundador, pelo que o seu nome figura, com toda a justiça, na galeria dos militares que mais se destacaram na preparação e na execução das operações do “dia inicial, inteiro e limpo”, como Sophia de Melo Breyner se referiu ao dia 25 de Abril de 1974.
Com o seu exemplo de coragem, de discrição e de inteligência, ele foi um dos grandes portugueses da sua geração e um dos símbolos maiores do 25 de Abril.