quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Caças F-16 chegaram à Ucrânia. E agora?

Volodymyr Zelensky e a imprensa internacional anunciaram que os primeiros caças F-16 de fabrico americano, há muito pedidos pelo governo ucraniano, já se encontram no país, embora também tenha sido revelado que este número é insuficiente para as necessidades e que há falta de pilotos habilitados para os operar.
Apesar de meio mundo andar anestesiado com os Jogos Olímpicos, a edição de hoje do jornal La Dépêche du Midi, que se publica em Toulouse, dá notícia deste acontecimento e pergunta de estaremos perante um ponto de viragem na guerra. Eu respondo: não sei se é ponto de viragem, mas é certamente um sinal de agravamento do conflito e, portanto, aumentam os riscos da guerra alastrar aos países vizinhos ou mesmo aos aliados da NATO. De facto, depois dos tanques alemães Leopard e dos tanques americanos M1 Abrams, a seguir aos mísseis dos mais diversos tipos e aos sistemas de defesa aérea, agora a aposta é feita nos caças F-16, o que parece dar razão aos observadores que têm afirmado que “a NATO já está na Ucrânia e está cada vez mais alinhada com a política externa americana”. A chegada destes primeiros dez aviões F-16 tem um significado essencialmente simbólico, mas levanta uma questão abundantemente divulgada na internet: “if the F-16’s fail, what is the next wonder weapon the West can send to Ukraine?”. Daí que o uso de armas nucleares tácticas seja uma permanente ameaça e possa ser o passo seguinte.
Ao fim de tanto tempo, tanta tragédia humana e tanta destruição, continua a ser incompreensível a lógica de guerra que partilham ambas as partes, bem como os seus aliados e amigos. Entretanto, o governo chinês apresentou uma proposta para acabar com a guerra na Ucrânia que tem o apoio de 110 países e, segundo revela a imprensa, “mais de metade dos ucranianos quer negociações com a Rússia para acabar a guerra”, enquanto “a maioria dos russos defende a abertura de negociações de paz para a guerra da Ucrânia”. Com este quadro informativo pode perguntar-se porquê se insiste tanto na guerra, ou que interesses estão por detrás dela.

Sem comentários:

Enviar um comentário